Primeiros treinos de Bustos no Santos rendem comparações com Sampaoli

O técnico Fabián Bustos causou uma boa primeira impressão no Santos. O argentino aumentou a intensidade e também a duração dos treinamentos. As atividades começam às 8h. E duram até três horas. A jornada começa na academia, parte para o físico em campo e termina com movimentações técnicas e táticas.

"Mais cedo tem menos calor. É um costume nosso que o jogador acorde mais cedo e durma mais cedo. O Santos tem tudo em seu lugar. Fisiologia, médicos, análise, fisioterapia, tudo. Em todas as áreas todos tratam de fazer o melhor pela instituição. E treinar mais cedo nos ajuda a ter melhores condições de hidratação. 12h o calor é mais forte", explicou Bustos.

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O tático ocorre como uma espécie de jogo-treino. A comissão técnica separa três times e faz diversas substituições durante a "partida". Enquanto 22 estão atuando, os demais treinam a parte física e são chamados a qualquer momento.

O UOL Esporte ouviu jogadores e funcionários. Em todas as respostas, houve uma palavra em comum: "intensidade". Fabián Bustos fica no pé e pede capricho e velocidade em cada corrida, passe ou finalização.

Apesar de não dominar o português, Bustos tenta conciliar seu jeito enérgico com falas lentas para que todos entendam as suas orientações. O treinador sabia o nome de cada atleta já no primeiro dia de Santos.

Esse perfil rendeu comparações com Jorge Sampaoli e Ariel Holan nas conversas nos corredores do CT Rei Pelé. A intensidade de Fabián Bustos lembra Sampaoli, mas as cobranças não são tão fortes e nem incluem xingamentos, como era com o atual técnico do Olympique de Marselha (FRA). E as recomendações táticas remetem a Holan, porém, sem tanta calma como ocorria com o treinador do León (MEX). Os três são argentinos.

Comissão técnica

Fabián Bustos trouxe três profissionais para o Santos: os auxiliares Carlos Caicedo (equatoriano) e Lucas Ochandorena (argentino) e o preparador físico Marco Conenna (também argentino).

Ochandorrena divide mais a parte tática com Bustos, enquanto Caicedo conversa menos com o elenco. Ele era preparador de goleiros no Barcelona de Guayaquil (EQU), mas chegou ao Santos como auxiliar.

O preparador de goleiros do Santos é Arzul. O profissional está no Peixe há mais de 25 anos e, inclusive, tem seu rosto estampado no muro do CT Rei Pelé. Seu auxiliar é Juninho. Carlos Caicedo fica mais próximo dos preparadores durante os treinamentos.

Time-base

O técnico Fabián Bustos deve mexer pouco na equipe titular do Santos para sua estreia no sábado (5), contra a Ferroviária, em Araraquara, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista.

Bustos tem feito vários testes durante os treinamentos táticos, mas a base tem sido a mesma dos últimos jogos, com o volante Vinicius Balieiro improvisado como lateral-direito e Camacho ao lado de Sandry no meio-campo.

Auro treina normalmente, mas deve ganhar minutos aos poucos. A comissão técnica ainda discute se põe o lateral direito como titular e mexe no segundo tempo ou se promove a estreia durante a etapa final.

"Não podemos dar informações ao rival de como jogaremos. Podemos jogar no 4-3-3, 4-2-3-1, 4-3-1-2, 4-4-2... Depende dos jogadores e do que entendermos como conveniente. Vamos trabalhar amanhã [hoje] no tático e definiremos o time. Temos que alinhar bem o físico. Jogadores ganham chance no dia a dia, com atitude e vontade, para serem titulares ou primeira opção de substituição. Quem começa no sábado não deve começar em seis meses. Equipe vai ser modificada até se encontrar o 11 ideal. Tomara que encontremos o mais rápido possível", falou Bustos, na sua apresentação oficial.

O provável time é: João Paulo, Vinicius Balieiro, Kaiky, Eduardo Bauermann e Lucas Pires; Camacho, Sandry e Ricardo Goulart; Ângelo, Marcos Guilherme e Marcos Leonardo.

O Santos terá dois treinamentos entre hoje e amanhã para definir a equipe da estreia de Fabián Bustos. O Peixe precisa vencer a Ferroviária para se livrar do risco de rebaixamento e ainda brigar pela vaga nas quartas de final do Paulistão.