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Mauro sobre episódios no Fla-Flu: clube só deve ser punido se for conivente

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

08/02/2022 11h20

O ato racista de um torcedor do Fluminense contra Gabigol e o episódio envolvendo um homem armado no Engenhão foram temas abordados por Mauro Cezar Pereira no quadro "Fala, Maurão". O colunista do UOL Esporte analisou os dois casos como 'graves' e disse que, em ambos, deve-se punir o CPF, e não os clubes envolvidos.

"Tivemos episódios muito desagradáveis no Fla-Flu. Os dois casos são graves e ambos devem ser tratados da seguinte forma: quem cometeu o delito? Foi uma pessoa? Então que se puna o CPF. Eu não consigo imaginar como o presidente do Fluminense poderia impedir que um cidadão tenha uma atitude racista. Ele não pode controlar essas pessoas", diz Mauro.

"E no caso do cidadão que apontou uma arma, aí entra a questão da segurança: o mandante é o Flamengo, o estádio é do Botafogo e é a Polícia Militar quem faz a segurança. Quem permitiu que ele entrasse? Temos que averiguar pra saber de quem é a responsabilidade diante desse absurdo. Antes de punir o clube, acho que tem que se punir sempre o CPF. O clube deve ser punido se ele for conivente, omisso, irresponsável, ou estimular uma ação que possa ser classificada como fora da lei. Até que prove o contrário, acho que não", acrescenta.

Mauro Cezar ainda critica o tom da nota divulgada pelo clube tricolor após o caso de racismo e pede que tanto Flamengo como Fluminense levem o caso adiante.

"Acho que o Flamengo deve se pronunciar, averiguar e levar adiante para descobrir por que esse cidadão estava armado e se empenhar junto às autoridades para que ele seja identificado e punido. O mesmo vale para o Fluminense, que acho que deve ser mais enérgico. Soltou uma nota no domingo que 'supostamente' o torcedor tinha tido uma atitude racista. Não foi supostamente. É possível ouvir o grito de 'macaco'", opina.

"Mas antes de pensar em punir clube, precisamos pensar em punir o CPF. Mas se os clubes forem omissos ou coniventes, aí o clube passa a ser parceiro no crime, e aí vai merecer alguma punição. Punir o clube para dar uma satisfação à sociedade e deixar o cidadão que comete o delito livre, leve e solto, é tirar o sofá da sala. O cara vai voltar e fazer igual, e outros farão igual pela impunidade", completa.