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O ano da virada: Mendy vai da reserva a melhor do mundo e campeão africano

Edouard Mendy vibra com os compatriotas de Senegal: goleiro foi um dos líderes rumo ao título inédito da Copa Africana para o país - Haykel Hmima/Anadolu Agency via Getty Images
Edouard Mendy vibra com os compatriotas de Senegal: goleiro foi um dos líderes rumo ao título inédito da Copa Africana para o país Imagem: Haykel Hmima/Anadolu Agency via Getty Images

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

06/02/2022 23h15

Foi em fevereiro de 2021 que Édouard Mendy, 29, iniciou o que certamente pode ser considerado o ano da virada em sua carreira. Foi quando ele se tornou titular do Chelsea. Três meses depois conquistou a Liga dos Campeões. Agora já em 2022 foi eleito melhor goleiro do mundo. Por fim, hoje (6) levou a seleção do Senegal ao título inédito da Copa Africana de Nações.

Thomas Tuchel, técnico do Chelsea, definiu publicamente a toca na primeira posição da escalação. Mendy ganhou, em jogos e treinos, o lugar de Kepa Arrizabalaga, o espanhol que foi comprado por nada menos que 71 milhões de libras (R$ 512 milhões na cotação atual).

"Édouard [Mendy] é o nosso número um, e merece ser o número um. Não dá para esconder a opinião. As coisas têm que ser claras e não podemos ter medo disso", disse o técnico em entrevista coletiva.

Três meses depois, Mendy teve boa participação na final da Liga dos Campeões. O Chelsea venceu o Manchester City por 1 a 0 e faturou o título da competição.

Mendy, então já consolidado, seguiu atuando em alto nível, cheio de confiança —algo marcante e surpreendente para um goleiro que, durante a década, havia passado pelos times B de clubes franceses como o Reims e o Olympique de Marselha.

O desempenho individual aliado ao sucesso coletivo dos "Blues" levaram o espichado atleta de 1,97m de altura a, em janeiro de 2022, ser nomeado o melhor do mundo na posição. No prêmio "The Best", da Fifa, ficou à frente do italiano Gianluigi Donnarumma e do alemão Manuel Neuer.

Mas o ápice individual não seria suficiente para o jogador que sofreu muito no início de sua carreira. Como contou o UOL Esporte, Mendy chegou a ser abandonado por um empresário, treinou de graça e recebeu auxílio para desempregados na França antes de conseguir seu espaço. Faltava uma conquista de seleções, que hoje não falta mais.

Em campo pelo Senegal, equipe que defende em razão da origem da mãe, já que ele nasceu na França, ele parou o ataque do Egito, regido por Mohamed Salah, na final. Nos pênaltis após empate em 0 a 0, defendeu a cobrança de Lasheen e viu Mané consolidar o título da Copa Africana de Nações.

A conquista inédita de Senegal pode anteceder outra glória. O Chelsea disputa o Mundial de Clubes da Fifa e pode cruzar o caminho do Palmeiras na decisão, caso ambos passem da semifinal.