São Paulo encerra o Brasileirão com sua pior campanha nos pontos corridos

A derrota por 2 a 0 para o América-MG, na noite de ontem (9), além de confirmar a ausência do São Paulo na próxima Copa Libertadores, cravou a pior pontuação da equipe na história do Brasileirão em seu atual formato. Foram 48 pontos dos 114 disputados. Até então, as piores campanhas haviam sido em 2013 e 2017, com 50 pontos.

Os 42% de aproveitamento colocaram o time de Rogério Ceni no 13º lugar —pior colocação desde 2003— pela segunda vez. A primeira havia sido há quatro anos.

Não foi somente em pontos e no lugar ocupado na tabela que a equipe teve seu pior desempenho. Nunca antes o elenco são-paulino, que balançou as redes 31 vezes em 38 partidas, havia tido um ataque tão inofensivo como em 2021.

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O número de vitórias (11) e o saldo de oito gols negativos também foram os mais baixos já apresentados pelo time paulista em quase duas décadas de pontos corridos.

Logo após a partida pela 38ª e última rodada, o goleiro Tiago Volpi falou sobre o como o ano foi "muito decepcionante" para o clube.

"O torcedor está na razão. O jogo de hoje termina sendo o reflexo do que fomos no ano todo, tirando o Paulista e a fase de grupos da Libertadores. Um ano difícil. Da maneira que começou, não esperávamos que fosse terminar assim, com a equipe brigando contra o rebaixamento, e atuações que não tem nem o que falar. O ano foi muito abaixo do que se esperava de um time do tamanho do São Paulo", afirmou Volpi na saída do jogo.

Noite pouco inspirada simboliza fraco desempenho

Se o São Paulo fechou essa edição da Série A com sua pior campanha e os mais baixos números de vitórias e gols marcados, a derrota na Arena Independência foi um símbolo das estatísticas ruins da equipe no Brasileirão.

Na capital mineira, o ataque são-paulino, um dos pontos fracos do clube na temporada, estava desfalcado, é verdade. Luciano, Gabriel Sara, Benítez e Pablo estavam fora. Mas as baixas não explicam tudo.

As duas equipes levaram perigo nos minutos iniciais, mas o América-MG logo tomou o domínio em campo. Quando avançavam, os visitantes só conseguiam assustar explorando as bolas pelo alto.

Bem marcado, Calleri pouco apareceu e teve atuação apagada na partida. O jovem Juan, que ganhou a posição devido aos desfalques, teve duas chances oportunidades na etapa final, mas acabou travado por Zé Ricardo. Rigoni foi o melhor entre os atacantes de Ceni, dando trabalho à defesa americana e finalizando com perigo duas vezes.

Por outro lado, o Coelho chegou mais e com chances claras de gol. No primeiro tempo, Juninho e Ademir, três vezes, perderam a oportunidade de abrir o placar.

Foi na etapa final que o camisa 10 desencantou na partida, marcando duas vezes e dando ao time da casa sua primeira vaga na Copa Libertadores, sepultando as já remotas chances de classificação do Tricolor, que jogará a Sul-Americana.

Se os donos da casa já faziam por merecer a vitória antes do intervalo, duas falhas defensivas do São Paulo colaboraram para o 0 a 0 sair do placar no segundo tempo.

No primeiro gol, quando Felipe Azevedo foi acionado na área e, marcado por Diego Costa, teve tempo para rolar de calcanhar para o chute de Ademir, sozinho. À sua frente estava apenas Reinaldo, que deu espaço para a finalização do atacante e não conseguiu bloqueá-la. Léo e Bruno Alves chegaram atrasados no lance.

O segundo foi ainda mais simples para o Coelho, que, com o Tricolor avançando, contra-atacou com velocidade e encontrou uma defesa desmontada. Juninho avançou com espaço pela direita e rolou para Ademir. O camisa 10 apareceu nas costas da zaga, passou por Tiago Volpi e ampliou o placar.

Ao analisar a partida, o técnico Rogério Ceni pôs nos desfalques um dos motivos para a derrota. "Um dia muito atípico. Perdemos quatro jogadores durante a semana, e hoje perdemos mais três jogadores no hotel. Acho que o América foi superior, mas tivemos oportunidade de sair ganhando algumas vezes", disse Ceni, que destacou que sua equipe não conseguiu manter o nível de jogo apresentado contra o Juventude.

Acerca da campanha ruim no Brasileirão, o comandante pontuou que "a posição não condiz com a grandeza do clube, e isso preocupa para termos condições de ter um time de brigar melhor no ano que vem".