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Empresário que ameaça processar o Palmeiras diz estar fazendo bem ao clube

Rubnei Quícoli, empresário que fez proposta ao Palmeiras - Letícia Moreira/Folhapress
Rubnei Quícoli, empresário que fez proposta ao Palmeiras Imagem: Letícia Moreira/Folhapress

Diego Iwata Lima

De São Paulo

05/11/2021 16h59

Rubnei Quícoli, diretor da empresa Blackstar, tornou pública nesta sexta-feira (5) uma carta ameaçando processar o Palmeiras em caso de ratificação de Leila Pereira como presidenta do clube no próximo dia 20. O empresário, que já processa Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, em R$ 100 mil por danos morais, conforme revelado pelo UOL, afirma que vai pedir R$ 1 bilhão em caráter do que considera ser uma reparação.

O valor da ação com a qual Quícoli diz que vai entrar é o mesmo que ele afirmou que a Blackstar aportaria ao Palmeiras para um contrato de dez anos, em 2018. A proposta foi protocolada por Genaro Marino em uma carta de intenção dias antes da eleição que consagrou o segundo mandato de Mauricio Galiotte, em 2018.

Quícoli não entende que está fazendo algum tipo de ameaça ou prejudicando o clube. "Eu estou fazendo um bem, dando ao sócio a opção de avaliar, abrir os olhos ao que está acontecendo", diz ele, que também afirma que não seguirá com o processo caso uma outra chapa dispute a eleição com Leila —muito embora a oposição é que tenha desistido de concorrer no pleito.

"Mas é lógico [que a oposição desistiu]. Inibiram todo mundo", disse ele, sem dar maiores detalhes sobre tal afirmação.

Corinthians e Flamengo eram tiros certeiros

Quícoli afirma que a maneira como o Palmeiras rechaçou a aproximação da oferta de patrocínio da Blackstar no fim de 2018, ocasião, em que Rubnei foi acusado de apresentar documentos falsos, prejudicou muito as suas intenções de negócio, inclusive dentro do futebol.

"Depois da repercussão da questão com o Palmeiras, eu e a Blackstar perdemos negócios. Tínhamos acordos 100% firmes com outros clubes", afirmou ele ao UOL. O empresário diz que manteve contato com Corinthians e Flamengo e que se viu em maus lençóis para explicar a negativa e as acusações do Palmeiras. A reportagem teve acesso a comunicações dele com Luis Paulo Rosemberg, ex-diretor de marketing alvinegro.

Rubnei, que afirma ser palmeirense como era seu pai, diz que toma tal medida com a intenção de dar ao associado a possibilidade de avaliar se Leila Pereira é mesmo uma boa opção para o clube. Na carta de dez páginas, o empresário questiona a lisura do contrato do Palmeiras com a Crefisa, cita favorecimento, bem como critica aspectos da gestão de Galiotte.

O ainda presidente do clube é acusado ainda de ter agido como um ditador para desmoralizar a Blackstar, o ex-presidente Paulo Nobre e Genaro Marino, candidato na eleição de 2018 e conselheiro do clube.

Na carta divulgada, Rubnei afirma ainda que tem um contrato alinhavado com um grande clube do Nordeste, sem citar nomes.

Procurado pela reportagem, o Palmeiras não comentou a carta, assim como já fizera no caso do processo contra Galiotte. A candidata Leila Pereira não comentará nenhum assunto referente à administração do Palmeiras antes de sua ratificação.