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Treinador reativo não será contratado pelo Red Bull Bragantino, diz diretor

Do UOL, em São Paulo

22/10/2021 04h00

Assim como no RB Leipzig, na Alemanha, o Red Bull Salzburg, na Áustria, e o New York Red Bulls, nos Estados Unidos, o Red Bull Bragantino tem uma proposta de jogo que é mais ofensiva, com jogadores jovens, em algo que é comum da multinacional em mirar o público jovem, o que também condiciona o perfil de contratação de treinador pelo clube. Retranqueiro não tem vez no clube de Bragança Paulista.

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, o diretor executivo de futebol Thiago Scuro explica a filosofia do clube e diz que, na ocasião em que Mauricio Barbieri deixar o comando do time, seu substituto não poderá ter características defensivas e, se tiver, terá sido um erro da direção no momento da contratação.

"As diretrizes do clube são promover um jogo agressivo, predominantemente com jovens jogadores, essa é a ideia. Então, um treinador que tenha ideias de defender e contra-atacar, ele provavelmente não será contratado pelo Red Bull Bragantino e, se for, foi um erro. Nós entendemos que esse é o modelo que nos tornará e nos torna competitivos. Então, é pressionar o adversário quando ele não tiver a bola, e quando ele tiver a bola, buscar verticalizar o jogo e criar o maior número de chances", explica Scuro.

Ele admite que esta proposta de jogo pode muitas vezes proporcionar espaço aos adversários, o que cria dificuldades, mas é uma escolha da qual o clube não abre mão, colocando acima até mesmo dos resultados.

"É desafiador, porque quem se propõe a jogar dessa forma concede muito espaço, então, principalmente, enfrentar as grandes equipes do futebol brasileiro é difícil por um lado, porque a gente gera muito espaço para o adversário poder atacar em alguns momentos do jogo, ao mesmo tempo, gera bons resultados, como é o caso deste ano, porque essas grandes equipes não estão habituadas a serem pressionadas, principalmente são equipes que querem construir o jogo de trás e os atletas da linha defensiva não estão acostumados a serem pressionados o tempo todo, como a gente trabalha para fazer", afirma o dirigente.

"Eu acredito que essa seja, talvez, a principal razão de a gente estar tendo bons resultados contra as grandes equipes, e aí tem o nosso desafio para a frente, que é, quando as equipes decidem não ter a bola e simplesmente defender e contra-atacar, nós temos dificuldade de implementar o nosso jogo, e aí você pode observar vários maus resultados contra equipes que jogam desta forma e que normalmente estão na parte debaixo da tabela e aí são evoluções que nós vamos ter que promover", completa.

Scuro conta que foi esta filosofia, que tem a influência da Red Bull, mas também a opção da administração do clube no Brasil, o que ajudou a dar respaldo para o técnico Maurício Barbieri em momentos de dificuldade.

"A principal decisão é no Brasil, há, sim, participação de algumas pessoas de fora, principalmente em escolha de treinador ou em contratações que exigem um maior investimento, mas a voz mais alta é a nossa aqui, seja na escolha dos jogadores ou do treinador, até porque a responsabilidade de fazer o clube ter sucesso é de quem está aqui e a Red Bull respeita isso e entende."

"Nós tivemos aí no início do Barbieri situações de jogos que nós acabamos, por insegurança, —principalmente quando estávamos na zona de rebaixamento lá em 2020, em que é natural dos jogadores e do treinador tentar se defender—, em alguns momentos, a conversa é 'vamos trabalhar na direção do que a gente acredita aqui. Se, por acaso, isso nos levar à Série B, nós vamos trabalhar para voltar para a A de novo'. Agora, nós não queremos construir o clube com essa ideia de um jogo reativo, porque isso, eu não acredito que possa levar uma equipe com o nível de investimento que a gente tem a jogar nos topo da Série A do Brasileiro", conclui.

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