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Vaias, protesto e confusão: como foi a volta da torcida do Flu ao Maracanã

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/10/2021 00h44

Foram 577 dias que o Fluminense não teve sua torcida no estádio por conta da pandemia de coronavírus. O retorno, entretanto, foi decepcionante. Vaias, protestos e confusões no Maracanã marcaram a derrota para o Fortaleza por 2 a 0, pelo Brasileirão.

Logo na escalação, o lateral Danilo Barcelos ouviu a arquibancada chiar ao ver seu nome ser anunciado. O jogador teve atuação correta e colocou uma bola no travessão no último lance da primeira etapa, mas não foi o suficiente para se livrar da fúria dos torcedores.

Era apenas o prenúncio de uma noite muito mais tensa e decepcionante do que parecia o retorno da torcida do Fluminense ao Maracanã.

Alvo de protestos constantes nas redes sociais, Mário Bittencourt ouviu ofensas de todos os lados do estádio. O presidente foi xingado por membros de um camarote acima da área onde estava com Fernando Simone, CEO do clube, e Ronaldo França, diretor de comunicação.

Após ser ofendido, o mandatário deixou a área aberta acompanhado dos dois e de seguranças do Flu. Mas onde estivesse dentro do Maracanã ouvia a torcida protestar contra sua gestão.

Embora tenha sido eleito de "capote", com o dobro dos votos de seu concorrente, Ricardo Tenório, Mário viu sua popularidade ruir após algumas declarações e decisões no futebol.

Até Marcão, que bateu recorde de invencibilidade no Brasileirão, com 16 jogos, série que caiu justamente na noite de ontem (6), foi criticado pelos impacientes torcedores no setor sul do Maracanã.

Ao chamar Samuel Xavier para entrar na vaga de Nonato, exausto e mancando, o técnico ouviu gritos de "burro" vindos da arquibancada.

Confusões nas arquibancadas

Seja pela clássica discordância entre vaias e apoio incondicional ou por discordâncias com relação à gestão de Mário Bittencourt, o setor sul foi palco de algumas confusões no retorno da torcida ao Maracanã.

Após o primeiro gol, quando as ofensas ao presidente começaram com mais força, correligionários e opositores se envolveram em discussões acaloradas que foram separadas por seguranças e stewards da Sunset, empresa que opera os jogos no Maracanã.

Depois, na saída, torcedores de diferentes organizadas entraram em conflito. O Bepe (Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios) agiu para separar o tumulto e escoltar a saída de algumas pessoas.

Protocolo é criticado, e público decepciona

As críticas ao protocolo duraram toda a semana. A burocracia excessiva para a testagem, entrega de documentação impressa e falta de informações claras por parte do clube irritaram os torcedores.

Torcida do Fluminense se aglomerou apenas em um ponto do entorno do Maracanã - Caio Blois/UOL - Caio Blois/UOL
Torcida do Fluminense se aglomerou apenas em um ponto do entorno do Maracanã
Imagem: Caio Blois/UOL

No entorno do estádio, entretanto, o excesso de zelo se mostrou prudente — ou acabou resultando em decepção nas arquibancadas. Poucas aglomerações foram registradas, em que pese a baixa procura do público pelo jogo. Apenas 3.231 tricolores estiveram presentes na derrota para o Fortaleza.

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