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OPINIÃO

Trajano: Liberação de público para o Flamengo no Maracanã é uma vergonha

Do UOL, em São Paulo

08/09/2021 11h54

A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou ontem (7) a autorização para que o Flamengo tenha a presença de torcedores em três jogos no Maracanã, diante do Grêmio, pela Copa do Brasil e pelo Brasileirão, além da semifinal da Libertadores contra o Barcelona de Guayaquil, sendo que haverá uma progressão na quantidade de pessoas que poderão estar presentes, com 35%, 40% e 50% da capacidade do estádio.

No programa UOL News Esporte, José Trajano discorda da medida e afirma que é uma falta de cuidado com a população, lembrando que não é apenas a questão da presença de torcedores no estádio, mas também o deslocamento de pessoas, além de citar o aumento de casos da variante delta.

"Uma vergonha, uma falta de cuidados com a população, uma falta de cuidados sanitários. Tem que estabelecer o seguinte, o Rio de Janeiro é o epicentro da variante delta, é o estado, é o lugar, é a cidade onde a variante delta se instalou com mais força, é muita gente e esses eventos teste não têm dado certo", diz Trajano.

"O que me incomoda muito é que fica todo mundo junto no estádio, não se distribui as pessoas pelo estádio. E outra coisas, não é só no estádio, dentro do estádio, é o caminhar para o estádio, as pessoas têm que pegar condução, pegar metrô, pegar ônibus, e depois se aglomeram na porta do estádio, ficam juntas todo mundo para entrar, é uma confusão danada para entrar. Então, não é só o estádio. As pessoas, dentro do estádio, a maioria não usa máscara, um fica muito perto do outro, e você sabe como é o futebol, fez um gol, todo mundo pula em cima do outro, se agarra, agarra quem está do lado, não sabe nem quem é, grita gol, grita sem máscara, fica cuspindo na cara do outro, é muita gente", completa.

O jornalista cita a proximidade do mandatário do clube rubro-negro, Rodolfo Landim, com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e vê o dirigente aproveitando a força que tem o Flamengo por ser o clube mais popular do país para conseguir medidas como a liberação do público no estádio.

"O que a gente não pode esquecer e parece que nós esquecemos é que a pandemia ainda não acabou. O Flamengo, como anda de braços dados com o 'Capitão Corona', o Landim, presidente do Flamengo, é negacionista, é amigo do presidente da República, ele consegue com o poder que o Flamengo tem, é um time muito poderoso, é o time da maior torcida do Brasil. Eu acho uma temeridade, uma vergonha, sou contra, é muita gente", conclui.