Nos últimos dias uma publicação nas redes sociais da jogadora de futebol Chú Santos, do Palmeiras e da seleção brasileira, repercutiu: ela escreveu que o ator Paulo Gustavo foi para o inferno, após a morte dele por covid-19, citando o fato de o humorista ser homossexual e umbandista. A atleta foi multada pelo Palmeiras e se retratou em vídeo.
Em sua participação no programa UOL News Esporte, com Domitila Becker, Milly Lacombe comentou o episódio e afirmou que a jogadora deve respeito às lésbicas que foram pioneiras para o futebol feminino no Brasil.
"O comentário dela é ofensivo em muitos diferentes níveis. Primeiro, é uma falta de respeito com as lésbicas que fundaram o futebol feminino no Brasil, ela deve às lésbicas a chance de ser uma jogadora profissional, então mais respeito com as 'sapatão' [sic], que colocaram o jogo, que lutaram para que o jogo fosse, primeiro, legalizado e depois legitimado. Hoje é um esporte que reúne, claro, diferentes sexualidades, mas o futebol brasileiro raiz, ele era sapatão", afirma Milly.
A colunista do UOL também afirma que a jogadora deveria dar declarações sobre e ser educada por movimentos negros e LGBT.
"Mais respeito com quem fundou o jogo que hoje dá uma carreira para ela e depois, mais do que preconceito religioso falar mal de religiões de matriz africana, é racismo religioso, é mais grave ainda, isso se chama racismo religioso, ela tinha que ser punida e isso tinha que ser comentado, comentado e comentado, ela tinha que vir dar declarações e, sei lá, ser educada pelos movimentos negros, educada pelos movimentos LGBT", diz a jornalista.
"A gente pode se recuperar. Minha mãe era homofóbica, minha mãe não falou comigo durante muito tempo. Homofobia tem cura e o remédio nem é caro, chama amor, está aí, está disponível. As pessoas se curam de homofobia todos os dias", conclui.
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