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Casares prioriza finanças ao buscar técnico: "quem couber no orçamento"

Julio Casares, presidente do São Paulo, destaca a necessidade de priorizar as finanças em busca por treinador - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Julio Casares, presidente do São Paulo, destaca a necessidade de priorizar as finanças em busca por treinador Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

01/02/2021 19h05

O presidente do São Paulo, Julio Casares, se preocupa com a previsão orçamentária ao definir o novo treinador do clube. Em entrevista após a demissão de Fernando Diniz, o mandatário afirmou que o futuro comandante da equipe terá que se adequar à nova realidade financeira do Morumbi.

"Na verdade, tudo é orçamento. Nós podemos ter um técnico que ganhe A, B ou C, desde que esteja dentro do orçamento. Se ele compõe o número final do orçamento, ele pode vir. Teremos limitações, mas não são limitações que impeçam o avanço de um bom técnico. Esse é o grande desafio", afirmou.

"Temos um Comitê Avançado de Futebol e a área financeira. Eles vão cruzar números. Se couber dentro de um orçamento geral, os grandes nomes podem vir, mas dentro de uma engenharia financeira para não comprometer o futuro do São Paulo. Se formos buscar a qualquer custo um profissional A, B ou C, vamos agravar a situação", prosseguiu.

Julio Casares ainda se compromete a montar um "time competitivo" dentro da atual realidade financeira do São Paulo.

"Na verdade, existe uma realidade do futebol brasileiro que você tem que vender atletas para pagar contas. É uma herança de realidade financeira difícil e aguda. É uma questão que vocês conhecem bem. Se você analisar que saímos de uma Copa do Brasil, que tinha premiação para o vice e para o campeão, ajudaria muito. Vamos montar, com o nosso orçamento, com a nossa restrição, um time competitivo. Erros podem acontecer, mas queremos uma margem menor para que o erro seja exceção e não a regra".

Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva de Julio Casares:

Por que demitiu Diniz: "Foi uma decisão voltada mais para a visão do resultado e da perspectiva da falta de reação nesse momento para o seguimento do campeonato. Eu tinha dito que nós continuaríamos, mas assumimos em um momento atípico. Temos que planejar o São Paulo para o futuro calendário dos campeonatos que virão em 2021. A decisão foi tomada em função dos resultados, de 18 pontos disputados, conseguimos dois. Faltou perspectiva de reação. Após o duro resultado do Internacional, fizemos uma reunião para aguardar reação contra Coritiba e Atlético-GO. Os resultados não vieram. Era para a gente estar fazendo hoje o início de uma atividade precedendo uma pré-temporada. A decisão foi tomada visando um planejamento em curso. Acreditamos em bons resultados em campo nos cinco jogos, mas precisamos pensar em reação futura no campeonato".

Sem preferências para o cargo: "Não existe preferência por A, B ou C, até porque não imaginávamos essa saída do Diniz agora. Ele vai acontecer agora com a área de futebol, temos Muricy, Belmonte, o Biasotto na base. A decisão nunca é pessoal. Eu posso garantir que não tenho predileção por brasileiro ou estrangeiro. O São Paulo precisa representar o que sempre representou, um time competitivo, tem no seu DNA a conquista de títulos. Eu não vou fixar se ele vai ficar um, dois, três, quatro ou cinco jogos. Eu participo, mas a visão técnica é o que vai prevalecer neste momento".

Como será a escolha do treinador: "Na verdade, a questão de escolha de técnico é profissional, quem deve definir é a área do futebol. O futebol do São Paulo não tem mais só a Barra Funda ou só o Morumbi, é um trabalho integrado. Cabe aos profissionais discutirem o melhor caminho para um técnico. Tem que buscar alguém que esteja preparado para lutar por vitórias, o técnico que virá terá que ter compromisso com resultado. A escolha do técnico terá que vir dessa discussão, com a participação do Biasotto, do Rui Costa, que está chegando. As nossas ações não são pessoais, não vai mudar apenas a pessoa. Temos que mudar processos e procedimentos. Foi isso que prometi na campanha e é o que vai mudar".

Casares assume a responsabilidade: "Eu acredito que responsabilidade todos temos na sua proporção. Eu estou há 31 dias e isso não significa que não tenha responsabilidade. Todos temos responsabilidades. Seria hipócrita de dizer que não temos todos nós".

Situação de Raí: "Raí, não só é um grande ídolo, mas é uma pessoa muito correta. Ele, por decisão própria, preferiu sair com o Diniz. A decisão foi dele, ele quis também sair. Temos pelo Raí uma grande admiração. O Rui Costa é um gerente executivo, ele vai seguir fielmente o que é definido pela área do futebol. É um grande profissional, um profissional capacitado nessa função de negociar, de trazer os números para a gente. Ele não terá nenhuma função a mais que essa. Temos um tripé, formado por Biasotto, o Rui Costa como um negociador e executivo, e a experiência do Muricy próximo ao vestiário. Temos na área institucional o Belmonte, o Nelsinho e o Chapecó. Eles estão aí para blindar o profissional".

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