Por que Galhardo parou de fazer gols e rendimento caiu sem Coudet no Inter
Thiago Galhardo tinha 21 gols na temporada com Eduardo Coudet no Internacional. O argentino já saiu há cinco jogos e o atacante segue com o mesmo número. Depois da atuação abaixo do que já demonstrou e do pênalti perdido contra o Atlético-GO, o torcedor colorado se questiona o motivo que faz o seu principal jogador em 2020 não estar apresentando o mesmo rendimento.
Segundo estatísticas do SofaScore, site especializado em estatísticas, Thiago Galhardo fez 15 gols e deu cinco assistências em 18 jogos sob comando de Coudet no Brasileiro. Foram 35 finalizações para isso. Sem ele, considerando as cinco partidas de Abel Braga no comando, Galhardo tentou o gol 15 vezes e apenas deu assistência para o gol de Yuri Alberto, contra o América-MG, pela Copa do Brasil. No mesmo jogo, errou sua cobrança nos pênaltis que eliminaram o Colorado da competição.
Enquanto o Inter busca respostas para a queda de rendimento no setor ofensivo, a reportagem do UOL Esporte explica as razões pelas quais o goleador do Brasileiro parou de marcar.
Trocas de sistema e movimentações
Galhardo convive com o mesmo problema de todo setor ofensivo do Inter: a instabilidade. Desde a saída de Coudet, que adotava sempre o mesmo esquema, o Inter já jogou de três formas diferentes. Nos primeiros jogos, Abel tentou manter a formação. Depois passou a utilizar o 4-2-3-1, e no último compromisso adotou o 4-4-2 com meio-campo em losango.
As constantes trocas, até mesmo durante as partidas, impossibilitam uma criação efetiva e o Inter tem chegado poucas vezes com perigo ao gol rival.
Pouca gente na linha de frente
Com Coudet, o Internacional tinha uma forma bem peculiar de atacar. Utilizava os laterais bem avançados, como pontas, os meias alinhados com dois atacantes e um dos jogadores de marcação se aproximando pelo meio. Eram, normalmente, entre seis e sete jogadores no campo ofensivo.
Hoje, com novo modelo de jogo, o Inter não povoa da mesma forma a zona de conclusão. Em qualquer dos jogos sob o atual comando, faltaram atletas na aproximação e Galhardo foi acionado mais em cruzamentos do que construções apoiadas.
Galhardo não é centroavante
Ao longo da carreira, Galhardo atuou sempre como meia-atacante ou segundo atacante. A utilização como centroavante, fixo e isolado na montagem do 4-2-3-1 tirou do jogador aquilo que ele tem de melhor: a inteligência de jogo. Galhardo acabou sofrendo com duelos físicos contra zagueiros rivais, naturalmente mais fortes, e passou longe do gol.
Relação direta com Coudet
Eduardo Coudet conhecia Galhardo. O técnico argentino tinha observado o jogador quando comandava o Racing, no duelo com o Vasco. E, tão logo surgiu a oportunidade de contratação, aprovou e fez questão de contar com ele. Coudet considerava Galhardo quem melhor compreendia seu modelo de jogo no elenco. O atacante e o treinador tinham relação direta e debatiam temas da equipe. O laço — que ajudou na melhor fase da carreira do atleta — se rompeu e deixou marcas além do campo.
Também está faltando sorte, ou confiança?
Também está faltando sorte para Galhardo. No pênalti contra o América-MG, por exemplo, ele bateu de forma diferente da que está habituado, e errou. Contra o Atlético-GO, caiu no "jogo mental" de Jean e acabou perdendo também. Diante do Santos, parou no goleiro John, que teve partida inspirada. Tudo isso também aumenta a desconfiança e a instabilidade gerada pelo momento ruim do time.
O Inter enfrenta o Boca Juniors amanhã (2), em jogo válido pela ida das oitavas de final da Libertadores, no Beira-Rio.
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