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OPINIÃO

Débora: Maradona errou com mulheres, mas formou apaixonadas por futebol

Do UOL, em São Paulo

26/11/2020 12h00

O mundo lamenta desde ontem a morte de Diego Armando Maradona, um dos maiores jogadores de futebol da história, e nas redes sociais ocorreram discussões a respeito de suas ações em relação às mulheres, como traições, brigas e agressões físicas, ao mesmo tempo em que ajudou uma repórter em episódio de machismo, além de suas atuações dentro de campo e causas sociais.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte — com os jornalistas Vinicius Mesquita, José Trajano e Danilo Lavieri —, Débora Miranda comenta o que foi Maradona pelo olhar feminino como uma figura controversa, com episódios negativos, ao mesmo tempo em que despertou em muitas mulheres o gosto pelo futebol com o que fez nos gramados.

"Eu refleti muito a respeito da repercussão que teve entre as mulheres que gostam muito de futebol a morte dele e eu vi muitas discussões nas redes sociais a respeito do comportamento dele, que nem sempre foi tão respeitoso e responsável e até mesmo de reconhecer o papel da mulher torcedora do esporte, da mulher que gosta, dentro do esporte e fora disso também", afirma Débora.

"Ele era esse cara que tinha, o mais humano dos deuses, então obviamente muitas falhas ali de comportamento, e muitas ligadas à mulher, eu vi muitas discussões a respeito disso, mas eu acho que o incrível é que mesmo com tudo isso ele formou uma geração de mulheres apaixonadas por futebol, muitas mulheres que cresceram vendo ele jogar e que se encantaram pelo talento dele, pelo jeito dele dentro de campo, e depois até por muitas questões fora de campo também, como as posições políticas", completa.

A jornalista aponta como Maradona conseguiu ser também no aspecto em relação às mulheres uma figura que despertou o contraditório com suas próprias atitudes.

"Acho que até nisso ele foi contraditório, até nessa questão assim de ter esse lado com as mulheres e ao mesmo tempo ter sido responsável por ajudar a formar uma geração de mulheres que hoje são tão apaixonadas pelo futebol e que aprenderam a admirá-lo muito", afirma Débora.

"Acompanhei muitas discussões pelas redes sociais e pela internet e acho que é um olhar também que ficou faltando um pouco ali das mulheres, de tantas mulheres lamentando a morte dele, a Marília mesmo fez um texto lindo no UOL, falando ?o maior de todos?, então acho que é legal mostrar que até nessa relação com as mulheres ele foi capaz de alimentar essa contradição, de ser tão admirado", conclui.

O Fim de Papo volta a ser apresentado na próxima semana após a rodada com jogos decisivos pelas oitavas de final da Libertadores e também do Campeonato Brasileiro.