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Diniz critica VAR após jogo do São Paulo: "Não está fazendo bem ao futebol"

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

25/11/2020 23h00

Fernando Diniz fez duras críticas ao VAR após o empate por 1 a 1 do São Paulo com o Ceará, em jogo adiado da 16ª rodada do Brasileirão. O técnico acredita que a tecnologia tem atrapalhado o futebol e reforça que os erros contra o seu clube têm sido mais frequentes nos jogos mais recentes.

A irritação do treinador é por causa da atuação da arbitragem no lance em que anulou o gol de Pablo, no segundo tempo do jogo de hoje (25). Na ocasião, o assistente Thiago Rosa de Oliveira (RJ) assinalou posição irregular do atleta. No entanto, Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa/RJ) confirmou o gol ao ser instruído pelo VAR, comandado por Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ), com auxílio de William Machado Steffen (SC) e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ). O problema é que o mesmo VAR se corrigiu e anulou o lance. No decorrer do processo que demorou quatro minutos e trinta e cinco segundos, o árbitro chegou a autorizar o reinício da partida com o gol do São Paulo validado.

"Eu acho que é muito frustrante, porque o VAR veio para ajudar o futebol. Sou crítico desde o ano passado. O VAR tem mais prejudicado que ajudado. O erro do Atlético foi um absurdo. Eles demoraram dias, um mês para ceder as imagens, e o São Paulo avaliar as imagens que eles tinham. Eu encontrei os árbitros do VAR. Aquele gol contra o Atlético poderia mudar o rumo da partida. O erro do Atlético não tem nada de interpretativo. O que é interpretativo é se houve o gol ou não. O erro do juiz retomar a partida e, depois voltar ao VAR, está na regra", comentou Fernando Diniz.

"Fora isso, tem muitos jogos. Contra o Fortaleza, o primeiro gol tinha impedimento. Na Copa do Brasil, erraram. O árbitro tinha que ter ido lá ver se foi um lance interpretativo, porque não era questão de estar impedido ou não. O VAR não está fazendo bem ao futebol e está prejudicando o São Paulo em muitos jogos", acrescentou.

O técnico também reforçou os elogios recentes ao seu elenco. Ele acredita que os jogadores têm condições de manter a equipe na briga pelo título do Campeonato Brasileiro.

"O resultado do jogo, às vezes, muda os questionamentos. Sou muito contente com o time que a gente tem. Boia e Toró estão voltando. As trocas não tem que ser normais, elas têm que ser boas. A gente tem elenco qualificado para disputar o que a gente está disputando. É difícil jogar aqui, a grama fica mais alto, mais seco, mais úmido, mais quente. A gente ganhou por 3 a 0 do Flamengo, fez um jogo um pouco abaixo contra o Vasco e, hoje, a gente correu até o fim do jogo", concluiu.

Confira, abaixo, outros trechos da entrevista coletiva de Diniz:

Rojas: "É um jogador que a gente sabe da qualidade, teve grandes momentos no São Paulo. São duas cirurgias no joelho e dois anos afastado. A gente tem que ter cautela, calma e não criar muita expectativa em relação ao Rojas. Ele tem que ter tempo, confiança para poder voltar a jogar como jogava antes".

Oscilação na temporada: "Acho que a equipe fez uma boa partida, principalmente no primeiro tempo, a gente poderia ter ampliado o placar. A gente produziu melhor que contra o Vasco. A gente fez um jogo para ganhar a partida e contra o Vasco, a gente jogou abaixo. A gente poderia ter aproveitado melhor, ser mais intenso e entrado a fim de matar o jogo. A gente tomou o gol cedo no segundo tempo e fez o que poderia fazer. Aqui é mais quente, mais úmido e principalmente o campo está mais alto e mais seco. Isso dificulta quem quer acelerar o jogo".

Galeano: "O Galeano é um jogador que a gente acompanha na base. Eu não gosto de elenco muito cheio, mas ele veio e a gente conseguiu aproveitá-lo um pouco. Vamos avaliar como proceder com o Galeano. Agora, voltam Brenner, Paulinho Boia e Toró. A gente tem um olhar carinhoso em relação a ele".

"A gente tem que ter calma com tudo. Os jogadores da base que estão comigo, quase nenhum deles foi lançado de imediato. Depois de um tempo, usei o Igor Gomes. Os outros precisaram de tempo, uma adaptação maior no time principal. São mundos distintos. Por isso, tem jogador que se destaca na base e não consegue fazer o mesmo no elenco profissional. A gente vai ter o cuidado necessário para poder lançá-lo na hora certa".

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