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De dispensado a decisivo, Caio Paulista renasce no Fluminense por convicção

Caio Paulista celebra gol pelo Fluminense contra o Atlético-MG - Alessandra Torres/AGIF
Caio Paulista celebra gol pelo Fluminense contra o Atlético-MG Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/10/2020 04h00

Dispensado de Xerém por deficiência técnica, Caio Paulista voltou ao Fluminense por convicção. Apesar de ter propostas mais altas de outras equipes, o atacante de 22 anos pediu para retornar e mostrar que era capaz. Destaque no Avaí em 2019, ele encerrou jejum de mais de dois anos sem balançar as redes em grande estilo: com um golaço sobre o líder do Campeonato Brasileiro — empate por 1 a 1 com o Atlético-MG.

A convicção de mostrar trabalho vem desde cedo, quando Caio deixou São Paulo rumo ao Ceará. Foi no time que leva o nome do Estado que o atacante deu seus primeiros passos no futebol. De lá, chegou a Xerém, ainda no sub-15. Ficou até o sub-20 na geração que tinha, por exemplo, Evanílson, destaque da temporada e vendido ao Porto.

A volta, entretanto, não começou fácil. Criticado pelas atuações no Carioca, o atacante chegou a ser a última opção no banco de reservas. Por isso, também, o trabalho da psicóloga Emily Gonçalves foi destacado pelo jogador após balançar as redes pela primeira vez como profissional — o último gol havia sido pelo sub-23 do Avaí. Antes de marcar, deu uma assistência para Fred, na vitória sobre o Goiás, em boa sequência individual e coletiva com o Flu na competição.

"Foi a psicóloga do clube que conversou bastante comigo. Falou para mim que durante a noite deveria pensar no gol, pensar na jogada, respirar a cada movimento no jogo. Hoje acho que foi muito disso", destacou, em rara menção ao trabalho de terapia da saúde mental no futebol.

Também por conta das atuações abaixo do esperado até aqui, seu empréstimo, que se encerra em 31 de dezembro, ainda não foi renovado. Autor de um golaço que tirou os 100% de aproveitamento como mandante do líder Atlético-MG, Caio Paulista pode deixar o clube antes do fim do Brasileirão.

Emprestado pela Tombense, clube que pertence ao empresário Eduardo Uram, o jogador ainda não tem tratativas por uma renovação.

Retorno gerou 'intriga' com Inter e ex-tricolor

Após a saída das divisões de base do Flu, em 2017, e a ascensão na base do time catarinense, o Internacional chegou forte para levar o jogador. A decisão dele de voltar para o Rio de Janeiro, recusando um salário mais alto e um contrato mais longo com o Colorado, inclusive, irritou Rodrigo Caetano, diretor-executivo do clube gaúcho que também teve passagem pelo Tricolor.

Por conta do negócio "atravessado", Caetano não queria, por exemplo, liberar Wellington Silva do Beira-Rio para que o atacante, também cria do Fluminense, retomasse contrato vigente na equipe de Odair Hellmann.

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