Santos: Como candidato à presidência obteve acordo com Hamburgo em dez dias

O torcedor do Santos se acostumou a relacionar o prazo de "dez dias" com algo que não seria cumprido. No entanto, a história desta vez foi diferente. Com autorização do novo presidente Orlando Rollo, o candidato Andrés Rueda, da chapa "União pelo Santos", demorou cerca de dez dias para negociar, ao lado do apoiador Walter Schalka, e conseguir um acordo com o Hamburgo (ALE).

O Peixe deve aos alemães pela contratação do zagueiro Cléber Reis em 2016 e a Fifa puniu o clube com a proibição de registrar novos jogadores em março. A dívida original era de 2,5 milhões de euros, mas acrescida de multa e juros já chegava nos 4,7 milhões de euros (R$ 30 mi).

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Desde que assumiu o Santos após o afastamento de José Carlos Peres, Rollo pediu ajuda de todos os candidatos à presidência e abriu o clube para mostrar a real situação financeira. Rueda e Schalka, então, negociaram com os alemães e conseguiram um acordo para diminuir a dívida de 4,7 milhões de euros para 3,1 milhões de euros, acertando 2,5 mi à visto e o restante em três parcelas bimensais.

"Não encarem esta operação como apenas uma ajuda financeira para o clube. Isso é o de menos. O que foi feito foi mais além. Renegociamos nossa dívida de maneira profissional. O mais importante foi o desconto. Nunca vi o Santos conseguir renegociar com vantagem assim. Falamos muito sobre isso: ou cediam ou iriam quebrar o clube e ficar sem nada. O Santos vai precisar dessa expertise para renegociar as dívidas", disse Rueda em contato com o UOL Esporte.

O valor à vista foi composto por um empréstimo de 1,5 milhão de euros do próprio Rueda ao clube sem juros, além de 500 mil euros da venda do zagueiro Porozo ao Boavista (POR) ainda na gestão Peres mais 500 mil euros do próprio Peixe.

Rueda participou por videoconferência da reunião que ocorreu na última semana na Vila Belmiro onde Rollo falou sobre todas as dívidas do clube e formou a Comissão de Transição, com um indicado de cada pré-candidato.

"O Rollo pediu ajuda de todos os candidatos. O Peres nunca deixou nós ajudarmos, ninguém podia tocar nesse assunto (dívida com Hamburgo). Negociamos com eles por dez dias e conseguimos um bom termo, mas tudo com autorização do presidente", revelou Rueda.

O maior temor era a perda de pontos, punição que poderia ser solicitada pelo Hamburgo como agravamento do atual bloqueio a partir do dia 13 deste mês, como explicou o UOL Esporte.