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Ficou, e agora? Os desafios de Messi e Barça em um fim de casamento forçado

Messi segue no Barcelona a contragosto e pode sair de graça ao final da temporada - Michael Regan - UEFA
Messi segue no Barcelona a contragosto e pode sair de graça ao final da temporada Imagem: Michael Regan - UEFA

Do UOL, em São Paulo

05/09/2020 04h00

Lionel Messi foi o principal assunto das últimas semanas do mercado da bola europeu, mas não saiu do lugar. Mesmo insatisfeito, o craque continua no Barcelona. Agora, ruma para uma temporada de incertezas, tendo que administrar a permanência a contragosto para evitar manchar uma carreira até então irretocável. Abaixo, o UOL Esporte lista os desafios dele e do clube nesta temporada.

Relação abalada com a torcida?

As maiores manifestações públicas de torcedores do Barcelona foram a favor de Messi — e contra o presidente Josep Maria Bartomeu. Na semana passada, o Camp Nou foi palco de protestos em dois dias seguidos, e a palavra de ordem era favorável ao camisa 10 (veja nas fotos acima). Ao que parece, o argentino abre sua possível última temporada no clube com os torcedores a seu lado.

Quem já jogou no Barcelona reforça o coro e aposta que a relação não foi estremecida. "Caso ele fique, não consigo enxergar ele sendo vaiado no Camp Nou", disse Rivaldo recentemente à ESPN.

Em campo e no vestiário, peça fundamental

O Barcelona precisa de Messi mais do que nunca. A janela de transferências sugere que o time, em reconstrução e de técnico novo, terá que fazer muita força para voltar a ser competitivo na Espanha — ainda mais na Liga dos Campeões, que Messi tanto deseja ganhar de novo. O time anunciou o volante Pjanic (ex-Juventus) e três apostas: os pontas Pedri e Trincão e o brasileiro Matheus Fernandes (ex-Palmeiras); mas já perdeu os meio-campistas Arthur e Rakitic, não sabe exatamente o que fazer com Phillipe Coutinho e Vidal e Luis Suárez têm tudo para serem os próximos a sair.

Tudo isso tende a aumentar o peso sobre os ombros de Messi, que na última temporada já vinha dando sinais de irritação. Líder natural do elenco, ele inclusive deixou a irritação clara, de forma pública: em um jogo do Espanhol, comemorou um golaço com gesto de desabafo, depois soltou o verbo avisando que daquela forma não seria possível vencer a Liga dos Campeões — o que se provou correto. Agora, sem grandes nomes com os quais estava acostumado a dividir o vestiário, a responsabilidade deve aumentar ainda mais.

Relação com o novo treinador

Segundo a rádio espanhola RAC1, Messi avisou Ronald Koeman que estava "mais fora do que dentro" do Barcelona logo na primeira conversa que tiveram, há duas semanas. Teria explicado seus motivos ao novo treinador, contratado para substituir Quique Setién — que era alvo de críticas nem tão veladas por parte do camisa 10.

Koeman foi contratado para reformular o Barcelona, e na apresentação disse que "ficaria encantado em trabalhar com Messi" e que esperava que o craque permanecesse no Barcelona por mais anos. Em entrevista ao Goal, Messi só se referiu ao treinador apenas uma vez e com pouco otimismo.

"Agora não sei o que acontecerá: há um treinador novo, uma ideia nova, e isto é bom, mas temos que ver como a equipe responde, se teremos o suficiente para competir", afirmou.

Rompimento com a diretoria

Messi segue no Barcelona, como camisa 10 e capitão, mas curiosamente rompido com o presidente do clube. Ele deixou claro que "busca novos objetivos, novos ares" e só não saiu porque Bartomeu ameaçou levar o assunto à Justiça. Neste cenário, o jogador se sentiu passado para trás pelo dirigente.

"O presidente sempre disse que ao fim da temporada eu poderia decidir se ficaria ou não, mas no fim das contas ele não cumpriu com a palavra", disse Messi em entrevista ao site Goal, em meio a várias críticas à gestão Bartomeu. "Faz tempo que não há projeto nem nada, ficam fazendo malabarismo e vão tapando buracos à medida que as coisas acontecem", reclamou.

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