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Vice-presidente do Grêmio morre em decorrência de sequelas da Covid-19

Bobsin recebeu alta em 26 de junho e dirigentes do Grêmio acompanharam saída do hospital - Divulgação/Grêmio FBPA
Bobsin recebeu alta em 26 de junho e dirigentes do Grêmio acompanharam saída do hospital Imagem: Divulgação/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

30/07/2020 18h35

Marco Bobsin, vice-presidente do Grêmio, morreu hoje em decorrência de sequelas do novo coronavírus. Em junho, o dirigente recebeu alta depois de mais de 100 dias internado. No último sábado, porém, Bobsin voltou a ser internado e não resistiu.

Aos 68 anos, ele estava no Conselho de Administração - órgão que comanda o o Grêmio ao lado de Romildo Bolzan Jr., desde dezembro. Antes, atuou como secretário da presidência.

Bobsin ficou internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) durante longo período e após a alta médica, apresentou complicações em decorrência da doença. Uma infecção generalizada vitimou o dirigente.

Marco Bobsin participou do jantar de confraternização entre as diretorias de Grêmio e Internacional, na véspera do Gre-Nal da Copa Libertadores. O encontro passou a ser tratado como marco zero de contágio entre dirigentes e funcionários dos clubes.

Confira nota oficial do Grêmio

É com profundo pesar que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense comunica o falecimento do seu vice-presidente Marco José Bobsin, aos 68 anos. Eleito para o Conselho de Administração em 2019, Marcão, como era chamado pelos amigos, foi vitimado por complicações decorrentes da COVID-19.

Nascido em Santo Antônio da Patrulha no dia 28 de novembro de 1951, Marco Bobsin era um apaixonado pelo esporte. Durante a carreira profissional no Banco do Brasil, foi dirigente da AABB. Gremista dedicado, sócio do Clube por cinco décadas, saiu da arquibancada para a política do Clube em 1982, pelas mãos do patrono Hélio Dourado. Ao lado de figuras que viriam a se tornar seus amigos, como Taddeu Vargas, Rafael Bandeira dos Santos, Cacalo, César Pacheco, Paulo Pelaipe, Walter Polli e Décio Medaglia, Marco Bobsin fez parte do movimento Reforma, primeiro grupo e origem dos atuais movimentos políticos do Grêmio. O nome "Reforma" nasceu da defesa de uma reforma proporcional na ocupação de cargos do Conselho a partir da proporção de votos de cada chapa.

A primeira das quatro eleições para o Conselho Deliberativo aconteceu em 1989. Suas duas passagens pelo colegiado foram daquele ano até 1995 e de 2007 até hoje. Chefe de Gabinete da Presidência até 2019, Marcão foi reconhecido, no exercício do cargo, como peça-chave no processo de pacificação política e ampliação do diálogo entre os movimentos do Clube. Defendendo sempre a oxigenação política, foi um dos responsáveis pela abertura da estrutura de debate aos diferentes grupos.

Essa facilidade com que se relacionava com conselheiros e torcedores, sempre servindo aos interesses do Tricolor, lhe rendeu o merecido lugar na nominata do Conselho de Administração aclamada em 29 de outubro para o mandato 2020-2022. Aclamação que teve sua assinatura, como um dos arquitetos dessa unidade. No dia 16 de dezembro de 2019, tomou posse como vice-presidente do CA.

Marcão foi internado no dia 15 de março no hospital Moinhos de Vento, depois do diagnóstico positivo para a COVID-19. Ele recebeu alta em 26 de junho, após um período que demandou 53 dias de cuidados intensivos e foi saudado pelos amigos de Grêmio na porta do hospital. Porém, complicações decorrentes da doença levaram o vice-presidente gremista novamente para o hospital.

Marco Bobsin era casado com Graça Bobsin e tinha dois filhos, Mariane e Diego.

O Grêmio oferece sua solidariedade à família e aos amigos desse grande gremista que hoje nos deixa.