Só vingança? O que Cavani perde e ganha ao deixar o PSG na mão

O cenário da saída de Edinson Cavani do Paris Saint-Germain soa como vingança nos bastidores do clube. No entanto, o atacante tem uma série de argumentos que o fez abrir mão da possibilidade de título inédito da Liga dos Campeões. A decisão foi tida como complicada no entorno do atacante uruguaio, visto que a permanência era considerada certa pela diretoria parisiense.

O UOL Esporte lista motivos de Cavani para deixar o PSG antes do fim da Liga dos Campeões e o perde e ganha do jogador com a decisão. Ele tinha uma oferta do clube francês para mais dois meses de contrato — julho e agosto — com o salário mantido a 1.4 milhão de euros ao mês (imposto na França é de quase 50% do valor). Ou seja, com a decisão, ele abriu mão de 2.8 milhões de euros.

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Dedicação ao próximo clube

Esse é o ponto principal. Cavani tem assegurado um novo clube, sendo o Atlético de Madri a informação que circula em bastidores. Assim, ele não quer se apresentar ao novo time em agosto com o risco de estar lesionado.

No PSG, além da possibilidade de ter três jogos da Liga dos Campeões, o uruguaio disputaria as finais da Copa da França (contra o Saint-Etienne) e Copa da Liga da França (diante do Lyon). Ou seja, todas as cinco partidas de alta intensidade.

Possibilidade de PSG x Atlético de Madri na Champions

O entorno dele ainda vai mais além e trabalha como uma situação hipotética de enfrentamento de PSG x Atlético de Madri pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Afinal, ele teria que disputar uma partida decisiva contra seu futuro clube.

Cavani é um jogador dedicado aos torcedores do clube. Foi ídolo do Napoli e no próprio PSG. Essa seria uma maneira de já começar a ganhar vários fãs do Atlético de Madri.

Por que a vingança?

Tudo passa pelo Atlético de Madri. Cavani pediu para ir ao clube espanhol em janeiro, mas o PSG exigiu pagamento de 20 milhões de euros. A quantia foi julgada pelo time espanhol como absurda para um jogador com somente mais seis meses de contrato. Assim, ele perdeu a oportunidade de assinar um grande contrato.

O clube francês jamais apresentou uma oferta de renovação. Pelo contrário, trouxe um concorrente para esta temporada: o argentino Mauro Icardi. Assim, Cavani se irritou e sentiu-se desprestigiado pela diretoria.

Imagem arranhada

No ponto de vista dos fãs, Cavani prejudicou a fama de ser para muitos o maior jogador da história do PSG, uma vez que é o maior artilheiro da história do clube, com 200 gols, em 301 jogos. O uruguaio sofreu uma série de críticas na França com a decisão e já teve imagens apagadas até em perfil de uma torcida organizada do clube.

A idolatria com a torcida era tanta que Cavani era apontado como um jogador modelo para Neymar. Alguém que sempre se dedicou ao time e jamais havia forçado uma transferência, como fez o atacante brasileiro no início da temporada para tentar voltar ao Barcelona. No entanto, o uruguaio viveu o mesmo caso de Neymar ao pedir a transação para o Atlético em janeiro.

Situação diferente de Thiago Silva

Ganhar a Liga dos Campeões foi o objetivo de Cavani ao longo de sete anos no PSG. O atacante será campeão com o PSG em caso de título, mas terá uma mancha por ter escolhido sair do elenco na reta final da competição. A decisão difere a do capitão do time, Thiago Silva, que aceitou renovar com o clube por dois meses.

Ao contrário de Cavani, Thiago Silva não tem um clube assegurado para a próxima temporada. No entanto, a postura do jogador mostra dedicação ao time, e principalmente, ao elenco do PSG. Algo que foi comemorado no entorno dos brasileiros Marquinhos e Neymar.

O buraco no PSG

O Paris Saint-Germain já contava com a sequência de Cavani. Surpreendido pelo uruguaio, a diretoria tratou de negociar uma extensão de dois meses no vínculo do antes descartado Eric Choupo-Moting. O atacante de Camarões sequer estava inscrito na Liga dos Campeões.

Para a posição de centroavante, Icardi agora tem vaga assegurada. Outra opção é a de colocar Kylian Mbappé no setor. Apesar de bons nomes no elenco, o técnico Thomas Tuchel usou Cavani como titular no jogo que garantiu a classificação às quartas de final da Liga dos Campeões, a vitória por 2 a 0 contra o Borussia Dortmund.