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Derrota do Palmeiras para o Boca há 20 anos deu início a desmanche do time

Luiz Felipe Scolari, Felipão, lamenta a derrota do Palmeiras para o Boca na final da Libertadores de 2000 - Evelson de Freitas/Folhapress
Luiz Felipe Scolari, Felipão, lamenta a derrota do Palmeiras para o Boca na final da Libertadores de 2000 Imagem: Evelson de Freitas/Folhapress

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

21/06/2020 04h00

A derrota do Palmeiras para o Boca Juniors há exatas duas décadas, diante de um Morumbi lotado, representou mais que a perda do bicampeonato da Libertadores do clube alviverde, Depois do vice continental, um desmanche do time veio à tona, com saídas de oito titulares e do técnico Luiz Felipe Scolari nas semanas seguintes.

O primeiro jogador a deixar o Palmeiras foi o zagueiro Roque Júnior, que desperdiçou um pênalti na decisão com o Boca, após um empate sem gol no tempo normal. O lateral esquerdo Júnior, o lateral direito/volante Rogério, o volante César Sampaio, o meia Alex e os atacante Euller, Marcelo Ramos e Pena também foram negociados. Dos titulares da final, dessa forma, ficaram Marcos, Argel e Galeano.

O desmanche estava ligado à iminente saída da Parmalat do clube depois de oito anos. O contrato tinha validade até dezembro de 2000, e a empresa italiana passou a diminuir o investimento no futebol palmeirense.

Roque Júnior, Júnior, Alex e Euller pertenciam à Parmalat, e os desentendimentos quanto a isso se tornaram públicos. "O Palmeiras não está vendendo jogadores. Quem está vendendo é a Parmalat", disse Sebastião Lapola, diretor de futebol do clube, depois da final contra o Boca.

Todos eles entraram em campo quatro dias depois da derrota, no clássico contra o São Paulo, pela Copa do Brasil daquele ano. Em seguida, Roque Júnior foi vendido ao Milan. Júnior e Alex foram negociados com o Parma, que o cedeu o meia por empréstimo ao Flamengo — ele voltou ao clube alviverde no início de 2001.

Euller foi vendido ao Vasco em agosto. Já César Sampaio, que era dono do seu passe, acertou com o La Coruña, da Espanha. Pena, por sua vez, transferiu-se para o Porto, enquanto Marcelo Ramos foi devolvido ao Cruzeiro. Rogério acertou com o Corinthians em setembro.

Felipão saiu, mas deixou Murtosa

Felipão se despediu do Palmeiras depois de duas derrotas em duelos de mata-mata. Semanas depois das eliminações para Boca e São Paulo, o treinador foi anunciado pelo Cruzeiro.

O treinador, entretanto, deixou o seu braço direito no comando do Palmeiras, que disputou a primeira edição da Copa dos Campeões em julho. O torneio reunia os vencedores regionais do Brasil e dava vaga na Libertadores 2001. O time alviverde venceu o torneio, mesmo com um time bem distinto em relação ao que disputou a Libertadores.

Apesar do título nacional, Murtosa se juntou a Felipão no Cruzeiro. O Palmeiras, com isso, contratou Marco Aurélio, campeão da Copa do Brasil justamente pelo Cruzeiro naquele mesmo mês. O treinador levou o time alviverde à final da Copa Mercosul, mas viu o Vasco aplicar uma virada heroica no Palestra Itália. Marco Aurélio ficou à frente da equipe até fevereiro de 2001, quando foi substituído por Celso Roth.

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