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Número de cartões corporativos mais que dobrou com Wagner Pires no Cruzeiro

Ex-presidente Wagner Pires de Sá, do Cruzeiro, dobrou o número de cartões corporativos durante a sua administração - Bruno Haddad/Cruzeiro
Ex-presidente Wagner Pires de Sá, do Cruzeiro, dobrou o número de cartões corporativos durante a sua administração Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

28/04/2020 04h00

Resumo da notícia

  • O Cruzeiro mais que dobrou o número de cartões corporativos durante a gestão de Wagner Pires de Sá, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019
  • Em administrações anteriores, o clube tinha três cartões, que ficavam com presidente, supervisor e diretor financeiro. No último mandato, foram sete
  • Os cartões estavam em nome de Pedro Moreira, Benecy Queiroz, Wagner Pires, Flávio Pena, Hermínio Lemos, José Ramos e Itair Machado
  • Presidente entre 2012 e 2017, Gilvan de Pinho Tavares confirma que o clube possuía três cartões administrativos, mas fala sobre o rigor para usá-los
  • "Havia [cartão corporativo], mas sempre que usávamos, tínhamos que apresentar nota para incluir nas despesas e fazer um relatório", disse ao UOL

O Cruzeiro mais que dobrou o número de cartões corporativos durante a gestão do ex-mandatário Wagner Pires de Sá, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Em administrações anteriores, o clube tinha até três cartões, distribuídos entre presidente, supervisor de futebol e diretor financeiro. Durante o último mandato, o número chegou a sete.

O UOL Esporte confirmou que o clube contava com sete cartões corporativos na gestão passada. Eles continham os nomes de Pedro Henrique Moreira (supervisor de futebol), Benecy Queiroz (supervisor administrativo), Wagner Pires de Sá (presidente), Flávio Pena Medeiros (diretor financeiro), Hermínio Francisco Lemos (vice-presidente), José Ramos de Araújo (diretor financeiro) e Itair Machado (vice-presidente de futebol).

Presidente do clube entre 2012 e 2017, Gilvan de Pinho Tavares confirma que, em seus mandatos, o clube possuía três cartões administrativos. No entanto, fala sobre o rigor exigido para os gastos no período.

"Havia [cartão corporativo em minha gestão], havia sim! E há necessidade, toda empresa tem que ter o cartão corporativo. Mas você tem que ter cuidado ao mexer com cartão corporativo. Eu tinha um cartão administrativo, a Toca da Raposa II tinha um que ficava aos cuidados do Benecy Queiroz, quando tinha que viajar para mexer com despesas de futebol, e com o diretor financeiro", disse ao UOL Esporte.

"Toda vez que usávamos o cartão, inclusive eu, o presidente, tínhamos que apresentar nota fiscal para incluir nas despesas e fazer um relatório para o diretor financeiro. Isso era passado para o presidente, que conferia tudo e, se estivesse correto, passava para a contabilidade. Se houvesse algo errado, a pessoa tinha que prestar contas", acrescentou.

O Cruzeiro gastou R$ 2.724.211,00 nos cartões corporativos durante a gestão de Wagner Pires de Sá. Apenas o presidente gastou R$ 183.895,00 por meio das contas do clube. O cartão em nome de Flávio Pena teve gasto de R$ 122.070,00. No entanto, ficou sob a batuta do departamento de compras do clube.

Em que pese os gastos, inclusive alguns pessoais, Wagner Pires de Sá disse, na última sexta-feira (24), declarou ao UOL Esporte que não viu "nenhum absurdo" nos gastos de sua gestão à frente do Cruzeiro.

"Não vejo aí nenhum absurdo financeiro, mas sim, a eminente intenção de determinadas pessoas, que mais uma vez, fazendo uso de métodos baixos e rasteiros buscam denegrir a minha imagem pessoal com nítido intuito político e a clarividente intenção de cobrir com uma cortina de fumaça os reais problemas pelos quais vem perpassando o Cruzeiro por total incompetência em solucioná-los", disse o mandatário, alegando que os gastos pessoais são de R$ 75 mil:

"Numa entidade como o Cruzeiro Esporte Clube que não remunera seus dirigentes eleitos criou-se, anteriormente por outras gestões passadas, com muita propriedade, a figura do Cartão de Crédito Corporativo, para exatamente cobrir tais despesas", comentou.

"Ora, nas reportagens atuais publicadas pela imprensa, consta que em dois anos, de janeiro de 2018 a dezembro de 2019, foram gastos através do cartão da presidência a importância de R$ 75.094,00, o que corresponde a um gasto médio de R$ 3.125,00 mensais", acrescentou.

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