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Pires de Sá, sobre gastar R$184 mil em cartão do Cruzeiro: "nenhum absurdo"

Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, minimiza gastos de R$ 183.895 com cartão do clube - © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, minimiza gastos de R$ 183.895 com cartão do clube Imagem: © Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

24/04/2020 11h15

Resumo da notícia

  • Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, se manifestou sobre os gastos de R$ 184 mil nos cartões corporativos do clube
  • Ele alega que apenas R$ 75 mil foram para despesas pessoais. Por meio de comunicado oficial, diz que não vê "nenhum absurdo" com os gastos
  • "Não vejo aí nenhum absurdo financeiro, mas sim, a eminente intenção de determinadas pessoas que buscam denegrir a minha imagem pessoal", disse

Wagner Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, se manifestou sobre os gastos nos cartões corporativos do clube. O dirigente procurou a reportagem do UOL Esporte na manhã de hoje (24) e deu um posicionamento a respeito dos gastos. O antigo mandatário usou R$ 183.895,00 das contas do clube entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. No entanto, alega que apenas R$ 75 mil foram para despesas pessoais. Por meio de comunicado oficial, diz que não vê "nenhum absurdo" com os gastos.

"Não vejo aí nenhum absurdo financeiro, mas sim, a eminente intenção de determinadas pessoas, que mais uma vez, fazendo uso de métodos baixos e rasteiros buscam denegrir a minha imagem pessoal com nítido intuito político e a clarividente intenção de cobrir com uma cortina de fumaça os reais problemas pelos quais vem perpassando o Cruzeiro por total incompetência em solucioná-los", disse o mandatário, alegando que os gastos pessoais são de R$ 75 mil:

"Numa entidade como o Cruzeiro Esporte Clube que não remunera seus dirigentes eleitos criou-se, anteriormente por outras gestões passadas, com muita propriedade, a figura do Cartão de Crédito Corporativo, para exatamente cobrir tais despesas", comentou.

"Ora, nas reportagens atuais publicadas pela imprensa, consta que em dois anos, de janeiro de 2018 a dezembro de 2019, foram gastos através do cartão da presidência a importância de R$75.094,00, o que corresponde a um gasto médio de R$3.125,00 mensais", acrescentou.

Depois de enviar o comunicado em que fala de gastos de R$ 75 mil, Wagner Pires de Sá foi indagado sobre os valores exatos - R$ 184 mil. O dirigente manteve a versão anterior: "O cartão corporativo é também usado para despesas com o dia dia do clube. Foram pagas até despesas médicas com jogadores, além de compras urgentes para atender emergências", disse por meio de mensagem telefônica.

"[O gasto de] R$ 75 mil foi de despesas pessoais segundo a reportagem, uma vez que eu mesmo não tenho acesso a estes documentos", acrescentou.

Os gastos de Wagner Pires de Sá durante a gestão no Cruzeiro foram da seguinte forma:

- R$ 851 em Hotel-Dia de jogos
- R$ 288 em Informática
- R$ 2.613 em Linhas Aéreas
- R$ 602 em Loja de Eletro e Eletrônicos
- R$ 3.114 em Loja de Vestuários e Calçados
- R$ 10.448 em Clínica/Laboratório
- R$ 10.643 em Presentes/Chopes
- R$ 22.417 em Restaurantes de outras cidades
- R$ 42.734 em Restaurantes de BH
- R$ 13.956 em viagem de férias
- R$ 15.840 em viagem a Portugal
- R$ 23.740 em Parcelamento de cartão
- R$ 7.200 em encargos financeiros
- R$ 2.401 em Hotel
- R$ 3.087 em Diversos
- R$ 9.458 em Loja de Material Ortopédico
- R$ 3.150 em Transporte
- R$ 246 em Loja de Presente/Acessórios
- R$ 1.689 em Supermercados
- R$ 1.588 em Loja de Departamento
- R$ 3.927 em Free Shops
- R$ 2.362 em Drogarias
- R$ 1.541 em Postos de Combustível

Confira, abaixo, a nota de Wagner Pires de Sá à imprensa:

O Cartão de Crédito Corporativo foi e é utilizado universalmente pelas empresas brasileiras e internacionais para cobrir eventuais despesas de seus dirigentes enquanto personalidades públicas; obrigados a frequentar e participar de encontros com empresários, autoridades públicas, chefes e diretores de entidades similares e congêneres; obrigados a comparecer em eventos festivos ou não; às vezes obrigados a presentear seus anfitriões e promover encontros que indubitavelmente geram despesas.

Numa entidade como o Cruzeiro Esporte Clube que não remunera seus dirigentes eleitos criou-se, anteriormente por outras gestões passadas, com muita propriedade, a figura do Cartão de Crédito Corporativo, para exatamente cobrir tais despesas.

Ora, nas reportagens atuais publicadas pela imprensa, consta que em dois anos, de janeiro de 2018 a dezembro de 2019, foram gastos através do cartão da presidência a importância de R$75.094,00, o que corresponde a um gasto médio de R$3.125,00 mensais

Não vejo aí nenhum absurdo financeiro, mas sim, a eminente intenção de determinadas pessoas, que mais uma vez, fazendo uso de métodos baixos e rasteiros buscam denegrir a minha imagem pessoal com nítido intuito político e a clarividente intenção de cobrir com uma cortina de fumaça os reais problemas pelos quais vem perpassando o Cruzeiro por total incompetência em solucioná-los.

Estas atitudes não atingem somente a minha pessoa, mas a instituição maior que é o Cruzeiro Esporte Clube. Foi devido a estes ataques rasteiros, expondo documentos de interesse apenas internos da instituição, com viés de vingança e inveja cuja contenta, caso houvesse, certamente poderia ser facilmente resolvida em casa, que levou o clube a situação extrema de rebaixamento para a série B.

O problema maior do Cruzeiro são suas dívidas acumuladas através de diversos anos passados sobrevivendo neste sistema inviável do futebol brasileiro. Portanto, mais uma vez, não me usem como "bote expiatório.

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