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Cruzeiro confirma versão de ex-diretor que nega uso de R$ 122 mil em cartão

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

25/04/2020 04h00

Resumo da notícia

  • O cartão corporativo de Flávio Pena, ex-diretor do Cruzeiro, também teve uma fatura elevada. Mas a conta não foi por uso pessoal
  • Foram gastos R$ 122.070, mas o dirigente alega que não tinha acesso ao cartão feito em seu nome. A narrativa é reforçada pela assessoria do clube
  • Questionado pelo UOL, o ex-responsável pelas finanças disse: "Este cartão nunca esteve comigo. Foi repassado para a secretária do presidente Wagner"
  • Diante da insistência do UOL, o ex-diretor respondeu: "Eu não fiz nenhuma compra, zero, zero. O cartão ficava na área de compras do clube"
  • As justificativas de Flávio Pena são endossadas pelo Cruzeiro. A diretoria alega que o cartão ficava sob a batuta do departamento de compras do clube

O cartão corporativo de Flávio Pena Medeiros, diretor financeiro do Cruzeiro durante a gestão de Wagner Pires de Sá, também teve uma fatura elevada. Mas os números não foram por uso pessoal do dirigente. Ao todo, foram gastos R$ 122.070,00 em dois anos. O antigo membro da cúpula, entretanto, alega que não tinha acesso ao cartão feito em seu nome. A narrativa é reforçada pela assessoria de imprensa da Raposa.

Questionado pelo UOL Esporte, o ex-responsável pelas finanças do clube se manifestou: "Este cartão nunca esteve comigo. Foi repassado para a Luciana [Fernandes], secretária do presidente [Wagner Pires de Sá]. A finalidade deste cartão era a compra de passagens comerciais", disse o antigo dirigente, que ainda reforçou: "Nunca comprei nada com ele. Estas passagens devem ter sido compradas para alguma viagem de alguma delegação do clube".

Diante da insistência do UOL, o ex-diretor respondeu: "Eu não fiz nenhuma compra, zero, zero. O cartão ficava na área de compras do clube e com a Luciana [Fernandes], secretária do presidente que fazia a compra de passagens aéreas do clube. O cartão não ficava comigo, só veio em meu nome porque tem que ter um nome. Mas que saco esse negócio, p* que pariu! Eu nunca sofri tanto quanto no Cruzeiro. Tem gente que fala que sou o responsável pela crise financeira do Cruzeiro, mas nunca contratei ninguém, nenhum jogador".

As justificativas de Flávio Pena são endossadas pelo departamento de comunicação do Cruzeiro. A diretoria alega que o cartão ficava sob a batuta do departamento de compras do clube e precisava de uma auditoria interna para a sua utilização.

Alguns gastos no cartão de Flávio Pena chamaram a atenção. Foram desembolsados R$ 38.393,00 em compras de passagens aéreas e seguros de viagem. Todos os valores foram usados para o próprio clube, de acordo com a assessoria de imprensa.

Ainda foram gastos R$ 300 na loja Arezzo, de sapatos femininos. A compra foi para um brinde do dia das mulheres, conforme a atual diretoria. Por fim, o mesmo cartão apontou uma compra de R$ 5.799,00 na Cook Eletroraro. A atual cúpula alega que os gastos foram para equipar a cozinha da Toca da Raposa.

Os gastos no cartão corporativo em nome de Flávio Pena foram da seguinte forma:

- R$ 687 na Pallas Logística Esportiva
- R$ 13.429 em Loja de Informática
- R$ 11.620 em Lojas de Máquinas, Materiais Elétricos e Construção Civil
- R$ 14.432 em Linhas Aéreas
- R$ 7.869 em lojas de Eletro e Eletrônicos
- R$ 765 em Vestuário/Calçados
- R$ 3.056 em Consultoria
- R$ 38.393 em Viagens
- R$ 1.523 em Hotel
- R$ 5.359 em Diversos
- R$ 12.150 em Alexandre Nobre
- R$ 1.338 em Lojas de Materiais Ortopédicos
- R$ 791 em Transportes
- R$ 3.385 em Presentes/Acessórios
- R$ 1.679 em Supermercados
- R$ 1.091 em Loja de Departamento
- R$ 2.930 em Loja Automotiva
- R$ 523 em Materiais Esportivos
- R$ 852 em Concessionária Fiat

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