Topo

Entre surpresas e memórias, equipe do SporTV prepara reprise da Copa de 70

Pelé nos braços do povo na Copa do Mundo de 1970 - AP
Pelé nos braços do povo na Copa do Mundo de 1970 Imagem: AP

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

14/04/2020 10h36

A partir de hoje, o SporTV vai reprisar a campanha histórica da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970. As transmissões terão um toque de modernidade, já que narradores e comentaristas do canal vão substituir a locução original. O primeiro confronto, entre Brasil e Tchecoslováquia, que vai ao ar hoje (14), terá uma mistura de memória e surpresas ao ser "recontado" nas vozes de Luiz Carlos Júnior, que tinha apenas três anos de idade na época, e Júnior, que estava iniciando sua carreira no futebol.

A exibição será dentro da "Faixa Especial", em horário nobre, que já vem exibindo partidas antigas da seleção brasileira desde o início da pandemia do novo coronavírus. Ao UOL Esporte, Luiz Carlos e Júnior contaram como se preparam para transmissão de hoje, que será iniciada às 19h.

"Minha carreira começou na década de 90 e jamais pensei que teria a chance de narrar um jogo antigo assim, a não ser por uma eventualidade, um programa, ou um momento muito especial. Então ter a oportunidade de narrar a Copa de 70 é o máximo, porque essa seleção para muitos é a maior da história", disse Luiz Carlos.

A Copa de 1970 teve uma seleção brasileira que marcou história e conquistou o tricampeonato. Seu time titular tinha nomes como Clodoaldo, Gérson, Carlos Alberto Torres, Jairzinho, Rivellino, entre outros, além de Pelé, já amplamente reconhecido na época. Segundo o narrador da TV, a transmissão hoje será uma surpresa. Primeiro porque Luiz Carlos não viu o jogo previamente para não perder a emoção do "ao vivo". Além disso, será uma oportunidade para ele mesmo conhecer mais sobre o Rei do Futebol.

"Esses jogos sempre trazem algumas surpresas, porque por exemplo, eu não vi Pelé jogando, só lances, mas nunca os 90 minutos. Então, você imagina que ele é um jogador que não erra, o que é absolutamente inviável. Revendo o jogo inteiro, você tem a noção de que os jogadores são humanos e que mesmo sendo grandes craques, em grandes momentos, também erram. Como estamos acostumados a ver sempre os melhores momentos destes jogadores, ficam só os acertos, os grandes lances. Rever toda a campanha da Copa de 70 dá uma humanizada por esse lado", destacou o narrador.

Foi a última Copa do Rei pela seleção brasileira - ele já havia jogado em 1958, 1962 e 1966, conquistando o título nas duas primeiras. Pelé se aposentou da equipe nacional um ano depois, em 1971. Após o título, o Brasil ficou sem ganhar um Mundial por 24 anos, quebrando o jejum em 1994.

Reviver memórias

Comentarista e ex-jogador de futebol, Júnior terá um reencontro com sua juventude ao relembrar o primeiro jogo do Brasil na Copa de 70. O ídolo do Flamengo tinha 16 anos de idade na época e acompanhou a partida na casa de um amigo.

"Estava no auge da paixão de jogar futebol e já jogava futebol de areia, no adulto do Juventus, e futsal no Flamengo. Assisti ao jogo na casa de um amigo de infância em Copacabana. A casa tinha uma TV grande, e ele reuniu todos os amigos para ver a partida. Uma das lembranças que eu tenho foi quando o Petras abriu o placar para a Tchecoslováquia. Foi um silêncio incrível na sala e só depois, quando os gols do Brasil saíram, a gente relaxou", relembrou.

"Esse jogo ficou marcado principalmente por uma bola que não entrou, com o Pelé chutando a bola quase do meio-campo, e o goleiro andando para trás sem ninguém entender na hora do chute. A gente só conseguiu ver a real ideia no replay. Deu para ver como ele era acima da média, totalmente ligado e concentrado no jogo para fazer uma jogada daquela", acrescentou Júnior.

O comentarista considera a seleção de 70 acima da média, ainda melhor do que a de 82, que encantou o mundo. Para Júnior, só o fato de a equipe contar com o Rei do Futebol já eleva muito o nível. Além disso, o ídolo do Flamengo exaltou o trabalho do técnico Zagallo.

"A seleção de 70 sem dúvida foi a maior de todos os tempos, até mesmo porque tinha um jogador que era muito acima da média, o melhor de todos os tempos e naquele momento em plena forma. A gente viu como foi o desempenho do Pelé naquela Copa, mesmo cercado de outros monstros como Gérson, Clodoaldo, Tostão, Jairzinho e Rivellino. O Zagallo conseguiu juntar todos esses camisas 10, eram 4, no mesmo time e fez com que aquela seleção jogasse um futebol espetacular em todos os sentidos", analisou Júnior.

"Para dar uma equilibrada, ele sacou o Marco Antônio da lateral, que tinha um sentido ofensivo muito grande, e colocou o Everaldo. Colocou também o Piazza na zaga para jogar juntamente com o Brito. E tinha o monstro do Carlos Alberto na lateral. Essa seleção mostrou toda a capacidade e a essência do futebol brasileiro, porque além da técnica, mostrou um lado tático incrível. Soube se comportar de uma forma espetacular, principalmente na final, um jogo bastante difícil contra a Itália, jogando um futebol acima da média", finalizou.

A reprise de jogos antigos da seleção brasileira tem dado certo na audiência para o SporTV. O canal consegue se manter na ponta entre as emissoras esportivas de TV por assinatura, além de permanecer entre os dez canais pagos mais vistos contando todos os gêneros e públicos.

Confira a agenda de transmissão da Copa de 70 no SporTV:

Terça-feira (14):
19h - Brasil x Tchecoslováquia

Quarta-feira (15):
19h - Brasil x Inglaterra

Quinta-feira (16):
19h - Brasil x Romênia

Sexta-feira (17)::
19h - Brasil x Peru

Sábado (18):
18h - Brasil x Uruguai

Domingo (19):
18h - Brasil x Itália