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Athletico inicia "era Dorival" em rara ida brasileira a torneio argentino

Dorival Junior em ação durante jogo do Flamengo em 2018; treinador agora comanda o Athletico - Bruna Prado/Getty Images
Dorival Junior em ação durante jogo do Flamengo em 2018; treinador agora comanda o Athletico Imagem: Bruna Prado/Getty Images

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/01/2020 13h29

A era Dorival Junior começa para o Athletico Paranaense hoje (15), às 22h (de Brasília), em uma rara participação de uma equipe brasileira nos tradicionais "Torneos de Verano" da Argentina. Ao enfrentar o Racing em San Juan, o Furacão resgata uma tradição que os brasileiros não cumprem desde 1972, quando o Palmeiras derrotou o San Lorenzo na "Copa Del Atlántico". No domingo, o time paranaense enfrenta o Boca Juniors, e serão duas taças em disputa, uma em cada compromisso.

A exemplo do agora ex-técnico Tiago Nunes, Dorival Junior começa um trabalho em novo clube longe do Brasil. Enquanto Nunes estreia pelo Corinthians na Flórida Cup, nos Estados Unidos, Dorival tenta montar uma equipe enquanto mede forças contra times que participarão da Libertadores.

A ausência mais sentida é a do atacante Rony. O jogador foi retirado da delegação que está na Argentina às vésperas da viagem para tratar da renovação de seu contrato, que vence em julho de 2021. Valorizado, o atacante está na mira de vários clubes brasileiros.

Sem ele, Carlos Eduardo ganhará a primeira chance no Athletico. O jogador revelado pelo Goiás teve 20% de seus direitos revendidos ao Furacão pelo Palmeiras, que investiu alto em sua contratação. O atacante até marcou gol em clássico contra o São Paulo, mas deixou o Verdão paulista sob desconfiança. Tentará a recuperação em Curitiba, assim como Marquinhos Gabriel, rebaixado com o Cruzeiro. Por ora, são os reforços mais conhecidos da equipe.

Outra baixa de peso do Athletico é Bruno Guimarães. O volante está em negociação com o Benfica após uma frustrada "quase-ida" ao Atlético de Madrid. Ele se despediu do Furacão ainda na penúltima rodada do Brasileirão do ano passado, pois neste mês defende a seleção brasileira olímpica no torneio classificatório para as Olimpíadas de Tóquio-2020. Assim, abre espaço para Fernando Canesin, que jogou com Lukaku na Bélgica e é outra aposta de mercado do Furacão.

Mudanças na base, mas com tempo para trabalhar

Empolgado com a estrutura do clube, Dorival vê no Athletico a chance de se reencontrar com o sucesso na carreira. Após passagem de destaque pelo Santos e trabalhos mais discretos por São Paulo e Flamengo, o treinador passou por um tratamento contra um câncer e está recuperado. No Furacão, terá como desafio montar um time ofensivo e com jovens. Resgatou o zagueiro Zé Ivaldo, que esteve emprestado ao Vitória, e dará a primeira chance ao atacante Guilherme Bissoli, revelação do São Paulo que trocou Cotia pelo CT do Caju.

Os dois jogos na Argentina abrem a temporada do time principal, que só volta a campo no dia 16 de fevereiro, contra o Flamengo, pela Supercopa do Brasil, em Brasília. Por mais um ano, o Athletico colocará o time sub-23 no Paranaense —a estreia é no sábado, 18 de janeiro, contra o União de Francisco Beltrão. Atual bicampeão, o clube buscará o tri sob o comando de Eduardo Barros, técnico de 34 anos que fechou o ano invicto no Brasileirão após a saída de Tiago Nunes, comandando o time em nove jogos.

Dorival também terá de provar que era de fato a melhor opção ao Athletico. O Racing, seu primeiro adversário tirou do Furacão o treinador número 1 da lista: Sebástian Beccacece, argentino discípulo do ex-santista Jorge Sampaoli. O Furacão ainda negociou com Rogério Ceni e Miguel Angel Ramirez sem sucesso. Por fim, sondou Domènec Torrent, ex-auxiliar de Pep Guardiola, esbarrando nos custos.

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