Goleiro sequer tinha ouvido gritos homofóbicos na Copinha; Sport repudia
O goleiro Tulio, do Sport, sequer percebeu que era alvo de gritos homofóbicos durante o jogo de ontem (09), contra o Audax, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior. Em fala enviada ao UOL Esporte pela assessoria do clube, o jogador contou que demorou a associar a manifestação preconceituosa como a responsável por paralisar o duelo, que terminou empatado por 0 a 0.
"Na hora, eu não escutei. Estava tão ligado no jogo que não prestei a atenção. Quando paralisou o jogo, chamei o Pedro, capitão do time, e perguntei o que estava acontecendo. Aí ele me disse que foi por isso [gritos homofóbicos]", contou o goleiro, que ignorou o ato preconceituoso dos torcedores do Audax.
"Sempre procuro centralizar no campo e esquecer torcida, tudo. Sou contra qualquer tipo de preconceito e ali vi que foram infelizes em gritar. Na hora do calor falaram daquele jeito, mas tenho certeza que muitos ali não são homofóbicos. Quiseram me desestabilizar na hora do jogo, mas não conseguiram porque a gente trabalha para isso", acrescentou.
O time pernambucano, na mesma consulta feita pela reportagem, também se manifestou sobre o assunto e lamentou o ocorrido. O goleiro está blindado pelo clube e será preservado de se manifestar publicamente sobre o assunto pelo menos até domingo, quando o Sport pega o Cruzeiro, pela primeira etapa do mata-mata da Copinha.
"O Sport Club do Recife repudia e lamenta qualquer ato ou sinalização de cunho homofóbico. Nos solidarizamos com Túlio, nosso goleiro do sub-20, que está fazendo uma grande Copinha. Somos um só, somos todos Sport!", escreveu o clube pernambucano.
Pela atitude dos torcedores, a Federação Paulista de Futebol emitiu uma nota de repúdio e vai encaminhar o caso ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP). A entidade responsável por organizar o torneio elogiou a atitude do árbitro por paralisar o confronto.
Confira a nota da FPF:
A Federação Paulista de Futebol manifesta total repúdio ao episódio de ofensas homofóbicas relatado durante partida da Copa São Paulo de Futebol Jr. em Osasco, nesta quinta-feira (9).
Não obstante a força da lei, que enquadra como crime atos de homofobia, é inadmissível que episódios sórdidos e desprezíveis como este ainda ocorram em nossos estádios.
A FPF reforça que o árbitro Thiago Luis Scarascati agiu de pleno acordo com as novas orientações e paralisou a partida duas vezes até que cessassem as ofensas homofóbicas. O fato foi relatado em súmula e será encaminhado à Justiça Desportiva.
Jogos da Copinha, do Paulistão ou qualquer outra competição serão paralisados quantas vezes forem necessárias caso novos episódios ocorram.
O futebol paulista seguirá sua luta contra a intolerância e o preconceito, e a favor da democracia, da diversidade étnica, sexual, religiosa e de gênero.
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