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Sacana, Caminhoneiro e Jobs: por que a Portuguesa tem time cheio de apelido

Portuguesa disputará a Copinha com elenco repleto de apelidos - Portuguesa/Divulgação
Portuguesa disputará a Copinha com elenco repleto de apelidos Imagem: Portuguesa/Divulgação

Diego Salgado e Emanuel Colombari

Do UOL, em São Paulo

04/01/2020 04h00

Imagine uma jogada iniciada pelo lateral Felipe Pica-Pau, seguida por uma tabela entre os meias Vinícius Yakult e Gabriel Tromba, para a bola chegar aos atacantes João Jobs, Lucas Sacana e Misael Caminhoneiro. O lance hipotético pode virar realidade na noite de hoje (4), na estreia da Portuguesa na Copa São Paulo, contra o São Bento, no Canindé (o duelo começará às 20h45).

O time bicampeão do torneio inovou ao divulgar uma lista de inscritos repleta de apelidos. O autor da iniciativa é o próprio técnico da equipe, Wendel Freitas, que simplesmente cansou da mesmice em relação aos nomes dos jogadores da atual geração.

"O futebol ficou chato demais, tem um monte de nome normal, está tudo muito quadrado. Queremos mais Cafus no futebol brasileiro", disse o treinador em entrevista ao UOL Esporte.

Wendel contou que criar apelidos ainda facilita o trabalho. Desde que chegou à Portuguesa, há dois anos, o técnico já trabalhou com cinco Mateus (ou Matheus), além de diversos Lucas e Felipes.

No elenco da Portuguesa para a Copinha, por exemplo, há dois Felipes. O goleiro virou Felipe Quitutão, enquanto o lateral-direito ganhou a alcunha de Felipe Pica-Pau. Existem dois zagueiros homônimos, além de um atacante. Um defensor é chamado de JP, e o outro de João Pirulito. Na frente, João ganhou o complemento "Jobs".

Segundo Wendel, todos se tratam dessa forma nos treinos e nas concentrações. "Estão todos dando risada, porque são apelidos no nosso cotidiano", afirmou o comandante do time, que era chamado de Dena quando jogador de futebol, tudo por causa do uso exagerado do xampu Denorex.

Autor da maioria dos apelidos, Wendel teve a ideia de incorporá-los à lista de relacionados. Com o aval de diretores, conseguiu torná-los públicos. De acordo com ele, todos gostaram da medida.

Na entrevista concedida ao UOL Esporte, Wendel explicou a origem de todos os apelidos. Nem mesmo o preparador físico Jorge Daniel escapou. Ele foi "batizado" de "Temakão", porque, segundo o treinador, tem o formato do corpo similar ao de um temaki.

Felipe Brunetto Barboni - Felipe Quitutão (goleiro)

"Em uma reapresentação, Felipe chegou acima do peso. Falamos que ele comeu muitos quitutes. Depois, passamos a chamá-lo de Quitutão."

Leonardo Loterio Simioni - Naná (goleiro)

"Ele é muito parecido com um atacante que também passou pela base, o Naná, hoje no time profissional da Portuguesa."

Marco Gabriel de Oliveira Santos - Marcão (zagueiro)

"Chamavam ele de Marco, Gabriel ou Gabi. Zagueiro precisa ter nome mais forte. Por isso Marcão."

João Victor Sales de Araújo Silva - João Pirulito (zagueiro)

"Colocamos esse apelido por causa dos outros jogadores que chamam João. Como ele é alto, virou pirulito."

Felipe Kaique Cardoso dos Santos - Felipe Pica-Pau (lateral-direito)

"Certa vez ele apareceu no treino com um cabelo moicano todo pintado, como o Neymar. Por isso pica-pau."

Gustavo Matos dos Santos - Gustavão Bob (meio-campista)

"Gustavo lembra muito o Bob Marley, principalmente o cabelo."

Lucas Ramalho Pereira - Ramalho "Buchecha" (meio-campista)

"Quando ele chegou, tinha muita bochecha. Hoje não tem mais, mas o apelido pegou. Até os pais deles o chamam assim."

Gabriel Lemos Medeiros Garcia - Gabriel Tromba (meio-campista)

"Ele sempre foi muito forte nas jogadas, trombava com todos os adversários."

Cauan Amaral Fernandes Moreira - Cauan Lobo (meio-campista)

"Apesar de não ter sobrenome Lobo, ele é chamado assim por ter muitos pelos no corpo."

Maurício Guedes Cruz Júnior - Maurício MauMau (meio-campista)

"Foi uma maneira de amplia o nome dele."

Vinícius Argolo Barroso de Carvalho - Vinícius Yakult (meio-campista)

"Além de tomar muito Yakult, ele tem o formato do corpo igual ao da embalagem."

Lucas Matheus da Silva Sena - Lucas Sacana (atacante)

"Ele chegou da Bahia por meio de um olheiro de lá, que é conhecido como 'sacana'. Logo que chegou, foi chamado assim."

Misael Messias Nunes Xavier - Misael Caminhoeiro (atacante)

"Ele mora em Mairiporã (interior de São Paulo) e vai até o clube todos os dias de carona com caminhoneiros."

João Lucas Fazio Eder - João Jobs (atacante)

"Muito quieto, lembra o Steve Jobs. É trabalhador, concentrado. Está sem motivado. Chamei de João Jobs."