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FPF diz que caso de homofobia na Copinha será levado à Justiça Desportiva

Goleiro Túlio, do Sport, foi alvo de gritos homofóbicos da torcida do Audax em partida da Copinha - Divulgação / Assessoria de imprensa do Sport
Goleiro Túlio, do Sport, foi alvo de gritos homofóbicos da torcida do Audax em partida da Copinha Imagem: Divulgação / Assessoria de imprensa do Sport

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

10/01/2020 18h03

A Federação Paulista de Futebol (FPF) afirmou hoje (10) que o caso de homofobia na Copa São Paulo será encaminhado à Justiça Desportiva. A entidade também repudiou a atitude da torcida do Audax.

Durante a partida contra o Sport, ontem (9), em Osasco, gritos homofóbicos foram entoados contra o goleiro Túlio, um dos destaques do jogo.

Em nota enviada ao UOL Esporte, a FPF disse que o caso será encaminhado à Justiça Desportiva. Além disso, a entidade fez elogios à postura do árbitro Thiago Luis Scarascati, que paralisou a partida em duas ocasiões.

"A FPF reforça que o árbitro Thiago Luis Scarascati agiu de pleno acordo com as novas orientações e paralisou a partida duas vezes até que cessassem as ofensas homofóbicas. O fato foi relatado em súmula e será encaminhado à Justiça Desportiva", frisou a FPF.

No relato, Thiago afirmou que paralisou a partida no começo do segundo tempo e que explicou o motivo aos capitães dos times e aos treinadores. "O capitão da equipe do Grêmio Osasco pediu aos torcedores que não realizassem tal ato", escreveu o árbitro.

"Aos seis minutos e 30 segundos do segundo tempo ocorreu novamente a situação acima citada, paralisei novamente a partida e pedi ao policiamento a possibilidade de um suporte fora do campo para controlar a situação, nesse momento o sistema de som comunicou aos torcedores para que os atos fossem cessados, causando assim um efeito positivo aonde pudemos seguir o jogo até o seu fim", completou.

Dentro de campo, Audax-SP e Sport empataram em 0 a 0. O resultado garantiu a classificação do time pernambucano para a próxima fase da Copinha e eliminou a equipe paulista.

Vale ressaltar que o árbitro seguiu o protocolo estabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol no último ano. O comunicado enviado aos clubes afirmava que ofensas discriminatórias poderiam acarretar na paralisação de partidas e até na perda de pontos. Também em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) classificou homofobia como crime.

Confira a nota enviada ao UOL Esporte

A Federação Paulista de Futebol manifesta total repúdio ao episódio de ofensas homofóbicas relatado durante partida da Copa São Paulo de Futebol Jr. em Osasco, nesta quinta-feira (9).

Não obstante a força da lei, que enquadra como crime atos de homofobia, é inadmissível que episódios sórdidos e desprezíveis como este ainda ocorram em nossos estádios.

A FPF reforça que o árbitro Thiago Luis Scarascati agiu de pleno acordo com as novas orientações e paralisou a partida duas vezes até que cessassem as ofensas homofóbicas. O fato foi relatado em súmula e será encaminhado à Justiça Desportiva.

Jogos da Copinha, do Paulistão ou qualquer outra competição serão paralisados quantas vezes forem necessárias caso novos episódios ocorram.
O futebol paulista seguirá sua luta contra a intolerância e o preconceito, e a favor da democracia, da diversidade étnica, sexual, religiosa e de gênero.