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Torcida faz campanha, mas Fluminense dificilmente terá Ariel Holán em 2020

Ariel Holán virou alvo de campanha da torcida do Fluminense - Marcos Brindicci/Reuters
Ariel Holán virou alvo de campanha da torcida do Fluminense Imagem: Marcos Brindicci/Reuters

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/12/2019 11h00

A torcida do Fluminense se engajou nas redes sociais durante a sexta-feira (6) para pressionar o clube a contratar o técnico argentino Ariel Holán. Oferecido à diretoria por empresários, o treinador é um dos nomes na mesa do Tricolor, mas dificilmente será o escolhido.

Isso porque os problemas financeiros fazem o Flu ter um "pé atrás" para contratar um treinador estrangeiro para 2020. A dificuldade para colocar os salários em dia, por exemplo, pesa bastante. Há a leitura nas Laranjeiras de que um profissional do mercado nacional e que conheça melhor o clube seja de mais fácil trato. O Tricolor também não quer repetir a receita de 2019, quando apostou em Fernando Diniz e viu a temporada se complicar.

Após receber a notícia de que o nome preferido do clube era o de Eduardo Barroca, os torcedores subiram no Twitter a #ArielNoFlu, que alcançou o primeiro lugar no Rio de Janeiro e o quinto em todo o Brasil durante a tarde. Cerca de 20 mil tweets foram feitos pelos torcedores até a noite de sexta, e a hashtag virou um "Moments", um espaço de notícia na própria rede social.


No Instagram, a torcida encheu as fotos do perfil de Ariel Holán de comentários pedindo que viesse trabalhar no Tricolor. Além dele, o presidente Mario Bittencourt e a página oficial do Fluminense na rede social ficaram lotadas da hashtag.

Quem é o argentino que mobiliza a torcida do Fluminense?

O argentino de 59 anos começou a carreira em outro esporte: o hóquei sobre a grama. Após vender seu carro para desenvolver um software próprio de análise de desempenho no esporte, obteve êxito entre as mulheres: foi medalha de bronze com a seleção do Uruguai no Pan-Americano de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana. Esse foi o melhor resultado da história do país na modalidade.

No mesmo ano, deixou os tacos de lado e passou a integrar a comissão técnica de Jorge Burruchaga no Arsenal de Sarandí. Em 2011, chegou ao River Plate e fez parte da comissão técnica de Matías Almeyda, que levou os Millonarios de volta à primeira divisão na Argentina. Dois anos depois, conquistou mais um título da Série B argentina como auxiliar, desta vez pelo Banfield.

Em 2015, virou técnico principal no Defensa y Justicia, onde implementou um jogo de trocas de passe desde o campo defensivo e saídas em velocidade pelas pontas. Logo em sua primeira temporada, levou o pequeno time aos melhores resultados da história. Em 2017, já sob o comando de seu pupilo Sebastián Beccacece, a equipe eliminou o São Paulo pela Sul-Americana no Morumbi. No mesmo, Ariel Holán, que assumira o Independiente, seu time de coração, levou o Rey de Copas para mais um título, sobre o Flamengo, arquirrival do Fluminense.

Mas por que Ariel Holán virou o preferido da torcida?

Sem confiança nos treinadores que passaram pelo clube em 2019, os tricolores parecem cansados do mercado nacional. Além disso, lembram do título da Copa Sul-Americana conquistado por Holán à frente do Independiente justamente sobre o Flamengo, que logra êxito com um técnico estrangeiro. As boas performances de Jorge Sampaoli no Santos e o mau momento dos treinadores brasileiros também influenciaram.

Sua comissão, entretanto - para além do aparato de drones e carrinhos táticos, como os de Jorge Jesus - é considerada acima do preço que o Tricolor pode pagar. Em recente entrevista ao NETFLU, o empresário de Holán, Fernando Hidalgo, declarou que o treinador quer trabalhar no Brasil e sabe das condições financeiras do Fluminense.

Em 2018, a torcida do Flu fez uma movimentação parecida para contratar o goleiro uruguaio Guillermo de Amores, do Liverpool (URU). Apesar do frisson nas redes sociais, a passagem dele pelo clube terminou sem nem entrar em campo.

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