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Carille diz que fica e que não é por conta da multa: "dinheiro não segura"

Fábio Carille anunciou que continua no cargo de treinador do Corinthians - Marcello Zambrana/Agif
Fábio Carille anunciou que continua no cargo de treinador do Corinthians Imagem: Marcello Zambrana/Agif

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo

01/11/2019 11h42

Resumo da notícia

  • Carille diz que pensou em saída após derrota para o CSA, mas o fato de a diretoria "bancá-lo" pesou para que ele continuasse
  • Carille deixou claro que a multa rescisória não influenciou em sua decisão de permanecer. Segundo ele, dinheiro não segura cargo.
  • Fábio Carille admitiu que sente vergonha de ver o seu time jogar e que até parece uma equipe que não foi treinada
  • Treinador alega que mudou seu estilo comparado a 2017, mas que o time mal está por falta jogadores com características diferentes

O técnico Fábio Carille concedeu entrevista coletiva hoje (1), no CT Joaquim Grava, para anunciar que fica no Corinthians. O treinador disse que pensou muita coisa, inclusive em deixar o comando, após a derrota para o CSA, de Alagoas, por 2 a 1, na última quarta-feira, mas que decidiu ficar após ver a diretoria "bancar" a sua permanência.

Aliás, Carille foi enfático ao dizer que não permanece no clube por conta da multa rescisória. Caso peça demissão, o treinador teria que pagar R$ 3,6 milhões hoje, como revelou o UOL Esporte.

"Claro que depois do jogo passa tudo pela cabeça, tenho uma direita experiencia de vestiário. Tenho uma diretoria que é experiente de vestiário, Andrés (Sanchez, presidente) quantos anos têm? Duílio (Monteiro, diretor de futebol) quantos anos têm? Está sendo o primeiro momento e eu tenho que enfrentar. Se eles entendem que pode ser melhor e diferente, porque eu vou desistir. Eu tenho que enfrentar, entender e melhorar. Todos nós temos que melhorar, o jogador com desempenho melhor dentro de campo. Eu pensei um monte de coisa, mas ontem já planejava o jogo de domingo", afirmou Carille, que falou sobre a multa.

"Graças a Deus não me preocupo com a parte financeira. O Andrés (Sanchez, presidente) falou do valor da dívida do Corinthians. Quem deve 450 milhões, deve 470 milhões. Não é o dinheiro que vai me prender aqui. Se está um clima ruim, não é o dinheiro que vai me segurar. Esquece. Dívida, você faz o tempo todo e segue, parcela", disse.

Carille sente vergonha do time

Carille também foi sincero em sua avaliação sobre o seu time na temporada, assim como o presidente Andrés Sanchez nesta semana, e disse que sente vergonha do time em algumas partidas. O Corinthians vive um jejum de sete jogos sem vencer e despencou na tabela do Campeonato Brasileiro. Após a derrota para o CSA, os corintianos deixaram o G6 do Brasileiro e hoje ocupam a sétima colocação, com 45 pontos.

A queda na tabela é reflexo de um time bagunçado dentro de campo. Carille tentou fugir da "velha retranca", mas não conseguiu ser ofensivo. O jogo com o Goiás é o maior exemplo. A equipe pressionou os goianos no Serra Dourada, abriu o placar, mas permitiu a virada. O empate veio nos descontos com Gustagol de pênalti. Na rodada seguinte, o esquema demasiadamente defensivo voltou a ser prioridade.

"Vergonha. Não preciso olhar como torcedor, não, tenho que olhar como comissão e ser ciente daquilo. Vergonhoso, não parece um time treinado, parece que se junta no vestiário e vai para o jogo. Você passa informações e depois tá na beira do campo e isso não é feito. Não está faltando raça, mas tecnicamente a gente tem que ser melhor", disse.

Por fim, o treinador voltou a dizer que não consegue acertar o time por falta de opções no elenco. Carille diz que vai planejar 2020 e que espera por reforços. Na visão dele, o seu entendimento de futebol continua o mesmo de sua passagem anterior no Corinthians, mas o problema é que ele não tem jogador com características para executar o seu trabalho.

"Comigo não mudou nada, o que eu já fiz não vejo nada diferente do Flamengo. Uma linha definida atrás, um meio flutuando atrás, foi o Jadson (2017), hoje é o Everton (Flamengo de hoje). Eu joguei Jadson e Rodriguinho, o Flamengo joga com Bruno e Gabigol, sem um nove de referência. A gente tem que se adaptar com o que tem, as ideias são as mesmas. Acredito muito, o Corinthians tem 13 títulos de uns anos pra cá, títulos de expressão. É um esquema que acredito demais e dá resultado, mas preciso equilibrar melhor o meu time para propor o jogo", concluiu.

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