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Enquanto se afasta de título, Santos tem sinais para pensar em 2020

Thiago Tassi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/10/2019 04h00

Entre os assuntos abordados na coletiva de imprensa de Jorge Sampaoli concedida após o empate do Santos com o Corinthians, ontem (26), chamou a atenção a sinceridade do treinador sobre a continuidade no cargo e a cobrança por um melhor planejamento para a próxima temporada. Enquanto se afasta cada vez mais da chance de título do Campeonato Brasileiro deste ano, o clube pode começar a pensar em 2020.

Com o Flamengo distante - a diferença pode chegar a 15 pontos hoje, em caso de vitória do Rubro-negro sobre o CSA -, e apenas 0,69% de chances de ser campeão nacional, de acordo com cálculos do Departamento de Matemática da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o Peixe ao menos deve voltar a disputar a Libertadores.

Com 98,5% de chances de ir para o torneio, o clube pode dar sequência ao que vem construindo em 2019 e chegar, de certa forma, estruturado para a competição continental. Para isso, precisaria manter a sua estrela da temporada até aqui: Jorge Sampaoli.

Se José Carlos Peres, presidente do clube, afirmou recentemente que o Santos está preparado para uma eventual saída do técnico, a resposta após o clássico pode animar a torcida e ser um sinal positivo para o planejamento do ano que vem.

"Eu estou encantado com o lugar que trabalho, com a cidade, mas o Santos merece brigar por um campeonato. Para isso, precisa do planejamento adequado que não teve neste ano. Se pudermos gerar um projeto ambicioso, com uma ordem adequada. Autuori me falou das dificuldades. Estaria falando de algo que desconheço. Tenho dois anos de contrato [até o fim de 2021]. Quando tiver uma reunião de definição sobre o futuro, contarei. Não há nada ainda", disse o argentino.

A sinceridade do comandante é mais uma "cobrança" pública à cúpula santista. Não é de hoje: Sampaoli e diretoria trocaram farpas ao longo de 2019. Na maioria das vezes, por assuntos que envolveram reforços e o tamanho do elenco.

Há, porém, questões que precisam ser melhoradas. No empate de ontem, por exemplo, o técnico teve de responder pelas mudanças constantes na equipe e explicar a ausência de Carlos Sánchez, que não foi alternativa nem mesmo para o segundo tempo. Vale destacar que a lesão de Diego Pituca fez o argentino queimar uma substituição.

Restam, agora, dez jogos ao Santos em 2019, todos pelo Brasileirão. É a oportunidade que Sampaoli tem para ajustar o time e, em caso de permanência, sentar com a diretoria e já planejar a temporada 2020, que, como disse Peres, não será de abundância financeira e de grandes contratações.

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