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Por que Boselli agrada torcida, mas causa preocupação no Corinthians

Atacante argentino participou de apenas 13 em 24 rodadas do Campeonato Brasileiro até o momento - Marcello Zambrana/AGIF
Atacante argentino participou de apenas 13 em 24 rodadas do Campeonato Brasileiro até o momento Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

12/10/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Argentino tem cinco gols e uma assistência nos últimos sete jogos em que foi titular
  • Apesar do bom momento que fez a torcida aplaudi-lo, situação interna é diferente
  • Corinthians tenta administrar problemas pessoais, da adaptação da família do jogador
  • Boselli cogita até mesmo deixar o clube no fim do ano, até por razões profissionais
  • Ele não é considerado titular: em 36 jogos, começou atuando somente em 21 no ano

Boselli participou de seis gols nos últimos sete jogos como titular do Corinthians na temporada. Isso ajuda a explicar os aplausos da torcida quando ele foi substituído pelo técnico Fábio Carille aos 33 minutos do segundo tempo no empate em 2 a 2 com o Athletico-PR, na Arena, quinta-feira. O argentino conquistou a torcida, mas vive uma realidade diferente nos bastidores que ameaça até sua permanência no clube em 2020.

Nesta semana, o atacante revelou que sua família vive problemas de adaptação ao país. Foram mais de cinco anos no futebol mexicano, onde ele virou ídolo do Club León. Um dos efeitos desta mudança é que causa toda a dificuldade: Boselli não vivia uma rotina de concentrações, se apresentava somente para os jogos e, assim, passava mais tempo com seus familiares. No Brasil há regime de concentração no dia anterior às partidas, sem exceção, e a ausência do jogador em casa chateia os entes queridos.

O Corinthians tem contato diário com Boselli por meio de dirigentes e profissionais da comissão técnica para entender como ajudá-lo. O próprio Carille disse que sua relação com o argentino é "maravilhosa".

Enquanto isso, o diretor de futebol Duílio Monteiro Alves mantém o caso indefinido: "Hoje não existe nada, não sei o que pode acontecer na frente. O jogador tem que estar satisfeito aqui. No fim do ano a gente senta e vê se ele vai querer sair, se existe proposta, se não existe. Mas hoje está tudo igual, ele é um excelente profissional."

Como noticiou o UOL Esporte, o Corinthians não pretende facilitar a saída do argentino. A ideia é pelo menos recuperar o que foi investido no primeiro ano de contrato, cerca de R$ 4,8 milhões. O vínculo tem validade até o fim de 2020.

A ideia de Boselli é esperar o fim da temporada para repensar o futuro. Além dos aspectos pessoais, ele levará em conta sua situação profissional. Hoje, o argentino não é considerado titular. No ano ele começou jogando 21 vezes e entrou em outros 15 jogos. No Brasileirão, em 24 rodadas, são apenas 13 participações. Outra queixa é pelo funcionamento do time, que não privilegia o rendimento do centroavante. Ele cobrou mais ofensividade.

"Sou assim (sincero). Digo o que penso e trato sempre de que seja produtivo, tanto para a equipe quanto para quem está ouvindo lá fora. Sempre foi assim na minha carreira. Não tento criar conflito, pelo contrário, minha ideia é ajudar e que a equipe possa seguir crescendo", contou o centroavante do Corinthians em sua última declaração pública.

A sinceridade de Boselli é tratada internamente como algo positivo. Ele está insatisfeito por não ter o mesmo desempenho e marcas que acumulou no México e quer mostrar serviço. É uma queixa em nome da melhora de todo o entorno. O problema é que isso ameaça a permanência do jogador, gera críticas da torcida e assunto nas rodas de discussão.

Mas enquanto não chega o fim do ano, Boselli segue à disposição de Carille. Amanhã, às 18h, tem clássico contra o São Paulo e ele espera começar jogando. O treinador ainda não definiu a escalação.

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