Concacaf quer competições hemisféricas. Conmebol resiste

A Concacaf não esconde que está interessada em promover torneios hemisféricos, juntando forças com a Conmebol. Mas os sul-americanos resistem. Em declarações em Paris nesta semana, o presidente da entidade norte-americana, o canadense Victor Montagliani, insiste que está "aberto a negociações".

Existia uma possibilidade de uma Copa América comum entre Norte e Sul, já para 2020 e com sede nos EUA. Mas a negociação fracassou depois que a US Soccer enviou uma carta a todas as delegações convidando para o evento e o chamando de Copa Continental.

Irritada, a cúpula da Conmebol indicou que não havia ficado satisfeita com o comportamento dos americanos e rompeu qualquer negociação para 2020.

A ideia de reunir as duas confederações era um sonho de vários dos dirigentes sul-americanos, preocupados com a força dos europeus. Pela estratégia, apenas uma competição hemisférica, reunindo o talento em campo de Brasil, Argentina e Uruguai com o dinheiro dos EUA poderia frear o domínio da Euro.

Montagliani reconhece que o interesse dos norte-americanos ainda existe. "Estamos abertos a novas negociações", disse. Mas, segundo ele, qualquer torneio terá que ser "algo de longo prazo e não apenas uma vez".

"O que nós queremos fazer com eles será uma coisa nova", explicou. Para o canadense, esses novos torneios devem estar focados em seleções, e não em clubes. Não se descarta ainda torneios femininos ou mesmo de seleções de base.

Uma Taça Libertadores unificada, segundo ele, seria complicado por conta do calendário e das distâncias que uma equipe teria de percorrer entre o Canadá e o Chile.

Por enquanto, porém, o muro entre as duas confederações está mantido. "Eles têm a confederação deles, nós temos a nossa", disse.

Para alguns cartolas sul-americanos, porém, a esperança é de que ainda exista espaço para uma conversa, antes mesmo de se organizar um torneio em 2024.