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"Um dia pode ser eu", diz Cristian sobre afago a goleiro do São Caetano

Falha de Paes originou o gol de Tréllez no Morumbi - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Falha de Paes originou o gol de Tréllez no Morumbi Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

22/03/2018 04h00

O choro de Paes após a eliminação do São Caetano nas quartas de final do Campeonato Paulista, na derrota por 2 a 0 para o São Paulo, comoveu o clube do ABC. Uma falha do goleiro, aos 19 minutos do segundo tempo, quando o placar ainda estava zerado, originou o gol de Tréllez e abriu caminho à classificação tricolor às semifinais.

Um dos que não negaram afago a Paes como consolo pelo lance infeliz, o volante Cristian projetou-se na situação do companheiro para justificar o forte abraço dado ainda no gramado do Morumbi.

"Na verdade, o que fiz ali foi [oferecer] um ombro amigo. Nada que eu falasse mudaria a situação. Foi mais um momento de amigo mesmo, de parceiro. Eu me coloquei no lugar dele porque todo mundo está sujeito a isso, para ele saber que a gente confiava muito nele e que estava ali para ajudar", explicou o jogador do Azulão ao UOL Esporte.

"[Paes] É um cara muito dez, que sempre trabalhou e esperou por oportunidade. A gente já recebe pedradas e julgamentos, e quando acontece um caso como esse com certeza teria muita gente falando. Só passava isso pela minha cabeça, de ajudar. Um dia pode ser eu, era o mínimo que eu podia fazer”, completou.

Pintado, treinador do São Caetano, preferiu transformar a derrota em fator coletivo por acreditar que Paes não pode ficar marcado pela falha.

"Isso é responsabilidade de todos, não só dele. É minha, dos meus treinamentos, do meu trabalho, da minha orientação, dele no gol, dos zagueiros defendendo, do meio-campo construindo, dos atacantes fazendo gols... É uma concessão, e quando não dá certo também é de todos. Até outro dia, estava ganhando, estava bonito, e era todo mundo. Agora que não deu certo, não vai ser a responsabilidade de um. Os erros fazem parte do trabalho”, explicou o técnico.

"Não é matemática, não é um computador que você digita e sai. Antes do profissional, existe o ser humano, que é sujeito a falhas", consolou Pintado.

Não foram apenas os companheiros de clube que se solidarizam a Paes. Colegas de profissão e de posição, como Diego Alves, goleiro do Flamengo, e o ex-jogador Marcos, ídolo do Palmeiras, divulgaram mensagens de apoio.

Paes, de 35 anos, tem contrato com o São Caetano até maio de 2019. De acordo com Pintado, a situação do jogador no clube não muda, apesar da eliminação no Paulistão.

"Estamos fazendo o planejamento [do restante da temporada] agora, já que o Paulistão acabou para nós. Vou conversar com o Paes e ver o que ele pensa, mas o respeito com ele aqui é muito grande e o que aconteceu não vai interferir. Tem muitas coisas boas que o Paes fez, jogos que nos ajudou, defesas importantes. Então, não é só o erro que conta", explicou o treinador.