De Gabriel Jesus a Firmino: boleiros aliviam saudade em cantinho brasileiro

O sonho do futebol europeu tem o bônus da projeção internacional ao atuar nas grandes ligas e a possibilidade de receber salários astronômicos em clubes de ponta. O ônus, por outro lado, passa pela distância da família e dos costumes do Brasil, como da comida. Por isso, um mercadinho de Manchester é sucesso entre os jogadores brasileiros que atuam mais ao norte da Inglaterra, por Manchester City e Liverpool.
“O primeiro a vir aqui foi o Fernandinho”, conta o capixaba de Aracruz, sobre o veterano da legião brasileira na Premier League após a saída de Philippe Coutinho do Liverpool para o Barcelona. “Com a chegada dos outros brasileiros, ele pegou comigo alguns cartões do mercado e repassou”, relata o ex-funcionário de uma churrascaria brasileira da cidade.
“Mas o meu melhor cliente, entre todos, sendo jogador ou não, é o Firmino. Ele vem e faz a compra do mês mesmo”, comemora Litig. “O que não pode faltar para ele é a picanha uruguaia”, revela a respeito da peça de carne nobre ao custo de 18,90 libras (R$ 84) o quilo. O atacante do Liverpool viaja 56 km até Manchester para também poder saborear pão de queijo e outras guloseimas típicas do Brasil. “Eu ainda perdi um cliente potencial que era o Coutinho”, brinca, em alusão à transferência para o Barcelona.
Dentre os boleiros, Gabriel Jesus é quem mora mais perto do mercado. “Ele vem a pé com os amigos e o irmão e eles garantem arroz, feijão e guaraná”, acrescenta o proprietário, flamenguista. “Aqui os jogadores se sentem em casa, como pessoas normais”, complementa Nirlia, esposa e sócia de Borman. “Todos são muito simpáticos e atenciosos. Alguns amigos deixam camisas dos times para eles autografarem e eles assinam tudo, com o maior prazer”.
A presença constante dos astros brasileiros na loja já estreitou os laços além da relação vendedor e clientes. “Outro dia eu estava no aniversário da filha do Firmino, e o Fernandinho veio me perguntar sobre a minha saúde, porque sofri um infarto no ano passado”, relembra o comerciante. “É uma emoção para mim ao vê-los no meu mercadinho e saber que ajudo de alguma forma”, finaliza.