Juca Kfouri

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O que Mônica Bergamo não contou sobre a melhor entrevista de Ayrton Senna

Mônica Bergamo relembrou hoje a entrevista que fez para a revista Playboy com Ayrton Senna, em 1990. Veja AQUI.

A entrevista é certamente a melhor concedida pelo piloto, aquela em que ele mais se abriu.

Bergamo, modesta, omite a façanha dela ao conseguir o que jornalista algum havia conseguido.

Ela era o que no jornalismo chamamos de foca, alguém em começo da carreira.

Playboy tinha como diretor de redação o jornalista Carlos Maranhão, de brilhante trajetória na imprensa brasileira.

Eu era o diretor editorial das revistas masculinas da editora Abril, núcleo que abrigava, além da Playboy, as revistas Placar, Quatro Rodas e Superinteressante.

Um belo dia Maranhão entrou em minha sala e disse que ela, há pouco tempo em Playboy, havia conseguido o OK para entrevistar Senna.

Surpreso, porque há anos a revista buscava ouvi-lo sem sucesso, respondi que quem faria a entrevista seria ele, não ela, sem experiência ainda para o tamanho da responsabilidade.

Maranhão insistiu que seria injusto e, depois de bons minutos de discussão, propus que ele e ela fizessem a conversa.

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Ele topou meio sem jeito e, não me lembro quantos dias depois, voltou com a entrevista pronta para que eu a lesse.

De cair o queixo.

Senna fazia revelações jamais nem sequer tangenciadas por ele.

Deus, sexualidade, Nelson Piquet, morte, Senna falou sobre tudo e mais um pouco.

Ao terminar a leitura estupefato e entusiasmado, dei-lhe os parabéns.

Ao que Maranhão reagiu: "Pois dê à Mônica. Ela fez a entrevista sozinha".

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Nascia, ali, uma das melhores repórteres do Brasil.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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