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Justiça da Espanha nega recurso e mantém processo criminal contra Neymar

Denis Doyle/Getty Images
Imagem: Denis Doyle/Getty Images

Do UOL, em São Paulo*

20/02/2017 16h10

Neymar, o Barcelona e o Santos serão julgados por acusações de corrupção e fraude pela transferência do atacante brasileiro, após os recursos serem rejeitados pela Suprema Corte da Espanha nesta segunda-feira (20).

Com a decisão, o tribunal acata a denúncia do grupo brasileiro de investidores DIS, que afirma ter havido fraude no negócio. O grupo de investidores se considera lesado por supostamente não ter recebido a quantia que lhe cabia da transação envolvendo o atleta. O grupo disse que deveria ter obtido 40% de todos os valores pagos na transferência de Neymar, mas que parte do dinheiro teria sido ocultada. 

Se condenado em ambas e pegar a pena máxima, Neymar pode pegar até oito anos de prisão (cada um dos crimes prevê pena máxima de quatro anos). A pena, porém, também poderia ser revertida em multa.

A mãe de Neymar, Nadine Gonçalves, e a companhia da família N&N também tiveram as apelações rejeitadas.

"O Santos FC, Barcelona FC, Neymar, sua mãe, Nadine Gonçalves, e N&N, companhia da família, perderam suas apelações de terem acusações de fraude e corrupção retiradas", informou o Supremo Tribunal em comunicado.

Eles não poderão apelar contra a decisão da corte.

O caso é parte de uma queixa do grupo de investimento brasileiro DIS, que era dono de parte dos direitos de transferência de Neymar e diz ter recebido menos dinheiro do que deveria quando Neymar se transferiu do Santos ao Barcelona, em 2013.

Investigações foram realizadas na Espanha e no Brasil sobre se alguma parte da quantia de transferência de Neymar foi ocultada quando ele foi para Barcelona.

Para o tribunal espanhol, os argumentos expostos por Neymar em seu recurso deverão ser esclarecidos no julgamento já que é indiscutível a "assinatura do próprio jogador nos contratos" investigados.

O principal argumento do jogador é que ele se manteve fora do negócio e que, desde o tempo em que era menor até alcançar a maioridade "se dedicou exclusivamente a jogar futebol, depositando a sua confiança absoluta e cega em seu pai, para qualquer outro aspecto".

Os juízes consideraram que o argumento é semelhante ao do também jogador do Barcelona Leonel Messi, em outro processo, recordando que ele foi julgado e condenado a 21 meses de prisão e a pagar 2 milhões de euros por fraude fiscal.

(*) com informações das agências Reuters e DW