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Feministas do 'Pussy Riot' driblam segurança da Fifa e protestam na Copa

Integrantes do movimento Pussy Riot fazem protesto em jogo da Copa do Mundo - UOL
Integrantes do movimento Pussy Riot fazem protesto em jogo da Copa do Mundo Imagem: UOL

De Doha, no Qatar e em São Paulo

29/11/2022 19h14

Classificação e Jogos

Seis mulheres russas integrantes do movimento "Pussy Riot" (organização em prol dos direitos das mulheres) fizeram um protesto pacífico, hoje (29), nos minutos finais do jogo entre Irã e Estados Unidos, pela terceira rodada da Copa do Mundo do Qatar. Posicionadas em uma das arquibancadas próximas a um dos gols do estádio Al Thumama, elas vestiram camisas com nomes de pessoas mortas antes e durante protestos no Irã.

Nos cinco minutos finais da partida que classificou os norte-americanos para as oitavas de final, as manifestantes, que vestiam meiões, calções de futebol e camisas brancas, tiraram a última peça para mostrar a camiseta estampada, na frente com o lema "life woman freedom" (Mulher, vida e liberdade, em tradução livre do inglês) e o escudo da seleção do Irã. Nas costas, estavam nomes e idades de jovens iranianas que morreram em meio aos protestos que assolam o país desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos.

Além da camisa em prol dos direitos das mulheres no Irã, as manifestantes vestiram máscaras, deixando apenas os olhos e a boca à mostra. Abordadas pela reportagem, elas preferiram não se identificar.

Apesar de a Fifa proibir manifestações políticas durante a Copa do Mundo, o grupo feminista não foi incomodado durante o protesto. A ação chamou a atenção dos torcedores, e também seguranças, localizados ao redor das manifestantes, mas não houve confusão ou tentativa de "vetar" a ação das russas.

"Nós estamos aqui para defender as mulheres do Irã, que estão sendo caladas pelo regime", disse uma delas, que preferiu não se manifestar.

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Integrantes do movimento Pussy Riot fazem protesto de jogo da Copa do Mundo do Qatar
Imagem: UOL

A presença do grupo russo nas manifestações em apoio às iranianas são marca registrada nos jogos da Copa do Mundo (sejam eles do Irã ou não), um reflexo do que acontece no Irã desde meados de setembro.

O ponto inicial da onda de manifestações foi a morte de Mahsa Amini. A jovem foi presa pelo governo local acusada de violar o rígido código de vestimenta feminino do país, sendo morta três dias depois. O episódio gerou uma revolta contra o regime comandado pelo aiatolá Ali Khamenei.

Segundo levantamento das autoridades iranianas, mais de 300 pessoas morreram no país devido às manifestações contra o governo, que iniciaram na capitã Teerã e se espalharam pelo país. Os protestos foram reprimidos com grande violência pelas forças de segurança.