Classificação mexicana tem cerveja arremessada e gritos de "Coreia"
A Suécia venceu o México por 3 a 0, mas os torcedores no estádio de Ecaterimburgo comemoraram um gol marcado a quase mil quilômetros de distância muito mais do que os três que aconteceram a sua frente. Foi no estádio de Kazan, quando Kim Young-Gwon desviou para o gol uma bola tocada por Toni Kroos para trás. Era o primeiro gol da Coreia do Sul nos 2 a 0 sobre a Alemanha, resultado que classificava, de forma surpreendente, os dois times que estavam em campo naquele estádio.
Copa-2018: Assista aos gols de México 0 x 3 Suécia
Com isso, o último jogo em Ecaterimburgo, a primeira cidade russa a se despedir da Copa do Mundo, acabou em confraternização conjunta. Como habitual nesta Copa, a torcida mexicana era esmagadora maioria entre os 33 mil torcedores no estádio. Fizeram festa durante todo o dia e transformaram o estádio em um caldeirão. Mas durou pouco. O ânimo foi caindo conforme o time foi cedendo chances e gols à Suécia.
A ressurreição veio quando os mexicanos perceberam que a Alemanha só empatava a outra partida, em Kazan – lembrando: se a Alemanha vencesse, o México precisava de um empate para se classificar. Começaram, então, os gritos tímidos de “Coreia, Coreia, Coreia” por parte dos torcedores vestidos de verde.
Quando saiu o gol coreano, o estádio explodiu para, segundos depois, com a marcação do impedimento, viver um drama coletivo. Sorte deles que essa apreensão não foi duradoura: passados alguns minutos, com a validação do gol após revisão do VAR, nova explosão. Agora, sim, com o estádio inteiro agradecendo. “Coreia, Coreia, Coreia”.
O jogo em Ecaterimburgo já havia acabado, mas os dois times ainda estavam em campo quando saiu o segundo gol coreano. Os suecos fizeram festa com o primeiro lugar do grupo. Os mexicanos, claramente abatidos com a derrota, agradeceram timidamente seu público. Nas arquibancadas, a confraternização coletiva entre povos que passaram dois dias bebendo juntos na única cidade asiática desta Copa.
No início da partida, a torcida mexicana cantou o tradicional “Ya lo ves, ya lo ves, somos locales otra vez”, deixando claro quem jogava em casa. Uma torcida que, a pedido dos jogadores e sob ameaça da Fifa, aboliu o grito homofóbico de “p...to” a cada vez que o goleiro rival cobra um tiro de meta.
A festa foi se transformando em apreensão, já que o time nada produzia e cedia muitas chances ao adversário. Ao final do primeiro tempo, começaram, timidamente, os gritos de “sí, se puede” - aqueles mais comuns quando um time está contra as cordas. Após o pênalti, que resultou no segundo gol sueco, os mexicanos, revoltados com a (correta) marcação, começaram a atirar copos de cerveja para o gramado.
Naquele momento, um gol do México (e uma eventual derrota por 2 a 1) seria suficiente, mesmo que a Alemanha vencesse por 1 a 0. Mas o time mexicano não parecia estar fazendo contas. Baixou a cabeça, sentiu o golpe. Levou o terceiro. A torcida calou-se.
E só se levantou de novo graças aos coreanos.
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