Fim da homofobia? Mexicanos testam própria cultura de estádio em estreia
As tradições de 31 nações são colocadas à prova na Rússia durante o período da Copa do Mundo. Além do convívio comum com o diferente nas ruas, os russos podem observar de perto as diferenças de comportamento de argentinos, brasileiros, europeus e companhia nas arenas do Mundial. Neste domingo, a partir das 12h (de Brasília), os costumeiramente simpáticos mexicanos apresentarão a sua cultura de estádio, hoje na mira da Fifa e da própria federação.
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O duelo contra a favorita Alemanha no Estádio Luzhniki, em Moscou, vai ser o primeiro para os mexicanos depois de publicada uma recomendação por escrito a mando da entidade que controla o futebol no país. A Federação Mexicana de Futebol trabalha para extinguir o tradicional ‘p...’, considerado de caráter homofóbico e entoado de maneira forte a cada cobrança de tiro de meta do goleiro adversário.
A cultura do ‘p...’ para se referir ao goleiro adversário é antiga no México e já resultou em mais de cinco punições da Fifa. Há quatro anos no Brasil, quando dezenas de milhares de mexicanos estiveram para o Mundial, o grito ganhou ainda mais projeção, incomodando pelo discurso preconceituoso carregado na simples ideia de ofender o adversário.
Para acabar com as já comuns punições, a federação mexicana criou uma cartilha de bom comportamento para os torcedores. No documento, o pedido para o fim do grito homofóbico é destacado.
“Durante as partidas, não grite e nem insulte os jogadores, não use as palavras de baixo calão. Te pedimos que não grite ‘puto’ durante os encontros”, escreveu a federação mexicana, que teme o aumento do rigor por parte da Fifa.
A Federação Mexicana recebeu sete punições pelos atos homofóbicos dos torcedores nos estádios. Qualquer reincidência, promete a Fifa, será tratada com um maior rigor – perda de mando de campo em jogos de eliminatórias e até punições institucionais, como a suspensão por um período, ameaçam o representante da Concacaf na Rússia.
Portanto, diante da Alemanha neste domingo, a Federação Mexicana também vai se preocupar com o que ocorre fora das quatro linhas do gramado. “Este grito não te vai fazer mais mexicano”, apelou a entidade, ciente de pode (e possivelmente deve) ouvir o ato homofóbico logo no primeiro dia da “Tri”.
O grito de ‘p...’, cantado há décadas nos estádios mexicanos e exportado para outros países – como o ‘bicha’, já discutido pelo UOL Esporte neste especial -, precisa terminar; e os dirigentes esperam que seja neste domingo, diante da atual campeã mundial de futebol.
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