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Rodrigo Mattos

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Calculista, Palmeiras dá o bote depois que Galo elétrico dorme no ponto

Danilo comemora 2º gol do Palmeiras contra o Atlético-MG, pela Libertadores - Alessandra Torres/AGIF
Danilo comemora 2º gol do Palmeiras contra o Atlético-MG, pela Libertadores Imagem: Alessandra Torres/AGIF

04/08/2022 04h00

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Foi surpreendente o domínio completo do Atlético-MG sobre o Palmeiras no início da quartas de final. Lembremos que, nesta temporada, o time alvinegro tem sido inseguro na temporada constantemente enquanto a equipe alviverde é estável.

A volta do técnico Cuca fez o time retomar o estilo avassalador no Mineirão. A marcação pressão impedia o Palmeiras de jogar e deixava o time mineiro com a bola no campo de ataque. Os lances de ataque surgiam pelas duas laterais, e com os deslocamentos de Hulk para abrir espaços para Keno.

No total, o Atlético-MG teve 14 finalizações nesta etapa do jogo. A maioria delas, diga-se, fora do gol. Talvez a melhor chance desperdiçada foi de Ademir na trave. Hulk abriu o placar no pênalti cometido por Marcos Rocha sobre Jair. O Palmeiras só chegou no gol anulado por impedimento.

O início do segundo tempo não foi tão diferente. O gol contra de Murilo foi fruto de uma das infiltrações de Keno. Parecia que o Palmeiras estaria perdido e poderia perder a vaga em Minas Gerais. Só parecia.

Só que o Galo elétrico não aguentou o ritmo. É uma consequência absolutamente normal um time morrer após imprimir o nível de intensidade dos 60min iniciais. Por isso, há a necessidade de um plano a partir daí, o que não aconteceu.

Não houve trocas de jogadores, nem o time atleticano soube se defender. Pelo contrário, passou a dar campo para o Palmeiras, de novo, jogar. E isso valeu especialmente para Gustavo Scarpa, o melhor em campo. Recompôs até a lateral, foi o mais efetivo nos passes de contra-ataque e na bola parada.

Foi Scarpa quem cobrou bela falta na trave para a bola sobrar para Murilo completar para o gol, e se redimir. O Mineirão se calou e a frieza palmeirense passou a prevalecer no jogo. Dudu apareceu sozinho na frente do gol após passe do mesmo Scarpa, mas errou. Sem Veiga, contundido, o meia assumiu ainda mais o papel de protagonista.

A partir daí, foi um jogo à feição para um time calculista como o Palmeiras. Calculista no sentido de quem tem estratégia, lê o jogo, procura falhas dos rivais e explora os próprios méritos. E foi de novo na bola parada em que o Palmeiras empatou no finzinho, com Dudu ajeitando para Danilo.

Ao final, o Galo teve 21 conclusões a gol, o Palmeiras, nove. Em chances claras, houve certo equilíbrio. De uma certa forma, o ímpeto atleticano acabou contido pela frieza palmeirense.