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Rodrigo Mattos

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Conmebol ganha final dos sonhos com Messi e Neymar após torneio escondido

Messi comemorando a classificação da Argentina para a semifinal da Copa América - GettyImages
Messi comemorando a classificação da Argentina para a semifinal da Copa América Imagem: GettyImages

07/07/2021 04h00

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Não era incomum durante esta Copa América que um torcedor descobrisse apenas à tarde que havia um jogo da seleção à noite. Uma partida do Brasil, em casa, em um torneio internacional e quase clandestina. Foi o efeito da organização às pressas, das críticas a sua realização em meio à pandemia de coronavírus e de o torneio não estar na Globo.

Mas esta realidade mudou na terça-feira à noite após a classificação da Argentina à final após bater a Colômbia. Enfrentará o Brasil. Ou seja, haverá o confronto entre Messi e Neymar. É a decisão dos sonhos para a Conmebol redimir em parte o torneio.

A pressão da confederação para realizar o torneio, mesmo diante de tantos problemas, teve a ver com o valor econômico do torneio. Em condições normais, trata-se de uma competição que vale em torno de US$ 120 milhões. O valor será menor neste ano por conta das perdas pelas turbulências do evento.

Mesmo assim, é um campeonato que tem direitos vendidos para 200 países, com bons valores em alguns mercados importantes como os EUA. E isso tem estreita relação com as presenças de Messi e Neymar. São dois dos maiores astros mundiais e lideram os dois melhores times do continente.

Um confronto entre eles no Maracanã gera um buzz para rivalizar com a Euro que vinha dominando as atenções do mundo do futebol nas últimas semanas. Como bem lembrou meu colega Carlos Eduardo Mansur, os dois melhores jogadores estarão atuando no Brasil. Talvez não sejam as duas equipes mais fortes, mas sob o ponto de vista de mídia é um senhor atrativo. E demonstraram isso durante o torneio.

Se analisarmos retrospectivamente, é meio óbvio que um jogo como este não justiça a irresponsabilidade de ter realizado a Copa América no Brasil em meio à gravidade da pandemia de coronavírus no Brasil. Lembremos, não faltaram casos de infectados entre staff e jogadores.

Mas, sem dúvida, a Conmebol terá uma história atrativa para contar com essa decisão. Ou o Brasil reafirma sua supremacia com Neymar pela primeira vez liderando seu time diante da Argentina. Ou Messi conquista seu primeiro título pela equipe celeste no Maracanã.