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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Suspensão do futebol vai prejudicar cofres de clubes caso continue em abril

Palmeiras em jogo do Paulista antes da paralisação - Cesar Greco
Palmeiras em jogo do Paulista antes da paralisação Imagem: Cesar Greco

21/03/2021 04h00

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As suspensões do Paulista e Mineiro pelo agravamento da pandemia de coroanvírus, além de vetos ao futebol em outros Estados, não têm impacto financeiro imediato para os clubes. Esse dano aos cofres dos times ocorrerá caso as paralisações se estendam pelo mês de abril. É quando contratos de televisão relevantes já seriam afetados pela falta de jogos.

Detentora dos direitos do Paulista e Mineiro, a Globo até agora não tomou nenhuma medida para interromper pagamentos. O entendimento é que as decisões são recentes e é muito cedo para reagir a elas. Caso o governo de SP permita partidas em abril, é possível que só o calendário seja afetado.

No caso da CBF, a entidade conseguiu, aos trancos e barrancos, realizar a primeira fase da Copa do Brasil apesar das restrições ao futebol em diversos Estados e cidades. Agora, tem novas rodadas no início de abril. A avaliação da confederação é que até lá o quadro pode mudar. Assim, se continuar os jogos, não haveria problema de execução do contrato da Globo.

Outra competição que gera boa cota de TV é a final da Supercopa, marcada para 11 de abril, e que previsão de ser em Brasília. Essa distribui R$ 7 milhões só para o campeão. O Distrito Federal, por enquanto, proíbe jogos de futebol.

A Libertadores, que tem as cotas mais interessantes do calendário nacional, só tem início da fase de grupo em 21 de abril. Antes disso, só Grêmio e Santos têm partidas que podem ser deslocadas se necessário, já que são poucos compromissos. A competição sul-americana paga US$ 3 milhões a cada time pela fase de grupos.

O problema para o futebol é que epidemiologistas fazem projeções de que o quadro da pandemia pode se agravar ainda mais no Brasil. A média móvel de mortes já ultrapassou 2 mil por dia. E, pior, as ocupações de UTIs em hospitais ultrapassam 80% em quase todos os Estados. Efeitos de medidas restritivas costumam demorar algumas semanas.

Ou seja, se não houver reversão do quadro, governadores podem manter restrições ao futebol ou implanta-las nos casos onde está liberado. Sem transmissões e sem jogos, não será possível manter as cotas e as finanças dos clubes começarão a sofrer.