Reunião sobre público tem gritaria e ataque a Caboclo: 'Esqueceu gardenal'
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A reunião entre clubes, federação e CBF para definir a volta do público aos estádios terminou em gritaria e quebra pau o que inviabilizou qualquer decisão sobre o tópico. A briga se desenrolou entre o presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o presidente da Ferj, Rubens Lopes, por conta do retorno da torcida no Rio de Janeiro. Com a discussão, não houve votação sobre o tema que ficou adiado.
A reunião começou com Cabocolo propondo a volta do público aos estádios. Disse que isso dependeria de alguns fatores e que pretendia ouvir os clubes.
O Flamengo e Ferj defenderam a proposta de que deveria haver presença de torcida nos municípios que liberassem imediatamente, independente dos outros. É o caso do Rio de Janeiro que já tem liberação de jogo para outubro. Mas, no desenrolar da reunião, ficou claro que a maioria dos presidentes de clubes não topava a ideia e queria isonomia: ou seja, a volta só se daria com todos juntos.
Com isso, Caboclo tentou votar uma proposta para que houvesse volta conjunta de público em todas as praças. Rubens Lopes o questionou e disse que a reunião não era o foro para aquelas decisões porque não era um arbitral. Falou durante longo tempo, em torno de só 15min, quando o combinado era de que cada um só teria 3min para dar sua posição.
Sua interferência gerou extrema irritação no presidente da CBF que subiu o tom e começou falar alto dizendo que ele era o presidente e quem mandava. Duas fontes confirmaram que o tom de voz foi desproporcional para uma reunião de trabalho. Há outra versão, no entanto, de que Caboclo foi duro porém não gritou e não disse que mandava. O presidente da entidade explicou que a CBF era um ambiente democrático e que não haveria uma situação como na Ferj que era "subserviente a um clube e processava os outros". É uma referência à suposta obediência da federação ao Flamengo e a ações contra dirigentes do Fluminense.
Rubens Lopes respondeu e fez um comentário irônico para Caboclo: "Esqueceu o Gardenal (remédio)". dele no dia, o que piorou o ambiente. No meio da disputa, o presidente do Conselho do Athletico-PR, Mário Celso Petraglia, também entrou com críticas a ambos - ele já fizera ironias com o Rio de Janeiro durante a reunião. Diante desse cenário, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, interveio e decidiu pelo fim da reunião.
Não houve clima para nenhuma votação, nem sobre volta de público, nem sobre protocolos para combate a Covid. Só foi aprovado o aumento de inscritos de jogadores no Brasileiro, de 40 para 50.
Após a publicação do post, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, enviou por sua assessoria um comentário sobre a reunião: "O debate pode ser retomado a qualquer hora. Roupa suja se lava em casa. O que aconteceu, no meu entender, ficou ali. Todos da reunião querem o bem do futebol brasileiro e expuseram as suas opiniões. Tenho a certeza que não cometi nenhum exagero, mas não julgo quem os possa ter cometido. Vai da consciência de cada um. Estou pronto para o diálogo em prol do caminho de solução dos problemas e de braços abertos ao entendimento com presidente da CBF. Se pais e filhos se desentendem, nada de anormal se presidentes também tenham seus desencontros, temporários, fugazes, sem mágoas ou cicatrizes."
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