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Rodrigo Mattos

Julgado só na bola, Neymar é o craque cuja velocidade torna outros lentos

18/08/2020 17h53

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A ida de Neymar para o PSG teve como principal objetivo lhe dar o protagonismo que sempre quis, deixando de ser um coadjuvante de Messi. Seus três anos no time francês foram mais marcados por polêmicas, dentro e extracampo, do que por feitos brilhantes. Não que tenha faltado futebol, mas ou esteve abaixo do que se espera dele ou ele esteve ausente em momentos decisivos.

Quando parecia que o casamento seria um fracasso e seria desfeito, quando uma pandemia se apresentou no meio do caminho, Neymar, enfim, reapareceu plenamente concentrado em jogar futebol nesta última temporada. Pareceu enxergar uma brecha de oportunidade.

E, quando isso acontece, Neymar é capaz de jogar algumas velocidades na frente do restante dos jogadores em campo. Assim foi diante do Atalanta, e se repetiu contra o RB Lepzig. É quase como se tivesse desvendado o código da Matrix e fosse um Neo que assistir a rivais se moverem em câmera lenta.

Isso ficou demonstrado na falta cobrada por fora da barreira que levou um desesperado Gulacsi a correr enquanto a bola beijava a trave. Ou se evidenciou quando uma girada de corpo e um toque (de letra?) na bola em alta velocidade a deixou limpa para Di Maria concluir a gol.

Já tinha sido visto pelo passe para Mbappé no gol de virada do PSG diante do Atalanta. Ou na arrancada que ele deu quase de seu campo para um conclusão rente à trave quando deixou três para trás.

Nesta partida diante do Leipzig, o brasileiro teve a companhia de Mbappé e de Di Maria como atacantes móveis, e uma boa atuação coletiva do PSG, o que não tinha ocorrido diante do Atalanta.

Nestes jogos decisivos, não houve de Neymar nenhuma vez que se jogou no chão ou faniquitos com o juiz ou excesso de individualismo. Houve só bola, pura, jogada de forma inteligente e executada de forma precisa.

Neste cenário, seria justo que todos os julguem apenas por seu futebol em campo, esquecendo eventual antipatia pelo que faz fora dele. Pelo menos aqueles que gostam de futebol de fato.