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Renato Mauricio Prado

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com liberdade, atacantes do Fla decidem. Mas a defesa...

13/04/2022 03h28Atualizada em 13/04/2022 03h29

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Ao que parece, os jogadores convenceram Paulo Sousa a abrir mão de parte de suas convicções. Éverton Ribeiro, que chegou a ser escalado pelo treinador, várias vezes, como ala esquerda, recuperou de vez sua posição, pela direita, e fez um belo jogo; Bruno Henrique, antes atarraxado na ala esquerda, também atuou bem mais solto, de acordo com suas características, e igualmente se destacou.

Da mesma forma, Arrascaeta e Gabigol tiveram mais liberdade e deslocaram-se constantemente por todos os setores do ataque. E assim, com uma rotatividade que, em alguns momentos, lembrou a movimentação ofensiva do time de 2019, o Flamengo derrotou o Talleres por 3 a 1 e isolou-se na liderança de seu grupo na Libertadores, com 100% de aproveitamento, nas duas primeiras rodadas

- Quando os quatro "avançados" estão bem, esse time não perde de ninguém - disse, certa vez, Jorge Jesus.

E quando têm liberdade para se deslocar e buscar as tabelas e triangulações a que já estão acostumados, isso fica bem mais fácil, acrescento eu.

Nem tudo, entretanto, funcionou bem no triunfo rubro-negro. Ainda que seja justo que se dê um desconto pelos diversos desfalques na zaga (quatro beques ainda estão fora de combate, aos cuidados do controverso Departamento Médico do doutor Tanure), o sistema defensivo da equipe de Sousa voltou a demonstrar fragilidade - e a improvisação de William Arão, uma vez mais, se mostrou altamente questionável.

Em um grupo fraco, na Libertadores, o Flamengo enfrentará, a partir de domingo, no Campeonato Brasileiro, sequência pra lá de desafiadora. Autêntica prova de fogo para Paulo Sousa: São Paulo e Palmeiras, no Maracanã, e Athletico Paranaense, na Arena da Baixada. Dependendo dos resultados, o treinador poderá conquistar a paz necessária para prosseguir seu trabalho ou enfrentará um inferno que nem a "Flanelinha" (a facção de torcida formada por passadores de pano) será capaz de contornar.

As cenas dos próximos capítulos prometem. Há quem diga até que Jorge Jesus, quando vier ao Rio, para o Carnaval, pretende ir ao Maracanã, assistir a um jogo do Flamengo. Imaginem o que isso pode provocar...