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Flamengo chegará a Montevidéu com a moral alta
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Na 31ª rodada do Brasileiro, o Palmeiras conquistou a sexta vitória consecutiva, goleando o Atlético Goianiense por 4 a 0. Já o Flamengo, que vinha aos trancos e barrancos e de um empate desastroso com a lanterna Chapecoense, derrotou o Bahia por 3 a 0.
Daí pra frente, o rubro-negro só ganhou e seu adversário na final da Libertadores só perdeu. Na montanha russa emocional que os dois clubes vivem às vésperas da decisão do torneio mais importante do continente, o quadro psicológico, antes favorável ao time dirigido por Abel Ferreira, quem diria, se inverteu.
Mais que vencer, a equipe de Renato Gaúcho voltou a demonstrar, em diversos momentos nas últimas rodadas, o encantamento ofensivo dos áureos tempos de Jorge Jesus. Na vitória sobre o Internacional (a quarta consecutiva), o ataque poderia ter marcado quatro, cinco, seis gols, tantas foram as oportunidades criadas, além de um pênalti claríssimo em Éverton Ribeiro que o juiz e o VAR preferiram fingir que não viram.
É claro que o retorno de titulares importantes facilitou a volta por cima do rubro-negro. Mas até com uma equipe de suplentes, contra o Corinthians, o time de Renato demonstrou o elã e o modo de jogar envolvente que exibiu na arrasadora goleada sobre o São Paulo, no Morumbi - momento da virada psicológica, após o abatimento pela desclassificação na Copa do Brasil e dois empates frustrantes contra o Athletico Paranaense e a Chape.
Ter conseguido tal feito, ainda sem Arrascaeta, é digno de elogios. Afinal, após aquele início surpreendente e espetacular, sobreveio a queda vertiginosa, quando os desfalques se acumularam. Mas Renato parece ter encontrado a fórmula de recuperar e preparar o seu time, no momento mais importante da temporada.
A ponto de se imaginar que mesmo que não possa utilizar o maestro uruguaio durante os 90 minutos, já tem uma escalação confiável, como a que jogou no Beira-Rio, com o provável reforço de Bruno Henrique.
Os muitos contra-ataques que cedeu ao Inter são, sem dúvida, um ponto de preocupação. Ainda mais diante de um Palmeiras que, muito provavelmente, jogará bem fechado, buscando a vitória em lances de ... contra-ataque!
Mas, em compensação, todas as vezes em que David Luiz esteve em campo (que diferença colossal para os zagueiros daqui!), o rubro-negro saiu vitorioso e foi vazado apenas uma vez, justamente nessa última partida, na qual David ainda salvou um gol em cima da linha.
Antes da final, o Flamengo enfrentará o Grêmio, na próxima terça-feira, com uma equipe de reservas. Mas o jogo pode ser importante para dar mais minutos em campo a Arrascaeta e talvez até a Pedro. Somente depois dele, Portaluppi decidirá o onze que mandará a campo para começar a final da Libertadores.
Meu palpite? Arrasca começará a final da Libertadores no banco. E Michael será titular.
Aula exemplar
Queria escrever sobre o absurdo que foi um jornalista do SporTV chamar de selvageria algumas das cenas mais lindas e emocionantes do "Aero-Fla", quando milhares de torcedores humildes do Flamengo se despediram apaixonadamente do time, antes da final da Libertadores.
Mas meu companheiro Menon publicou texto tão exemplar sobre o tema, que percebi que não havia mais nada a ser dito. Gostaria de ter escrito o que Menon escreveu. Se você ainda não leu "Selvagens", a coluna dele, aqui mesmo no UOL, corra lá. É uma aula de jornalismo, cidadania, bom-senso e sensibilidade. E um ponto final sobre uma das maiores idiotices proferidas na imprensa esportiva nos últimos tempos.
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