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RMP: Faz sentido tirar Michael do time titular do Flamengo?
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Como barrar Michael? Essa é uma pergunta que deve estar martelando na cabeça de Renato Gaúcho, após mais uma atuação rubro-negra abaixo do que o potencial de seu time permite esperar, mas com vitória por 2 a 0, com gols de quem? Michael - que já fora o autor do tento decisivo para bater o líder Atlético Mineiro, por 1 a 0.
O "brinquedo assassino", como a torcida gosta de chamá-lo, numa alusão a Chuck, o sinistro personagem dos filmes de terror, atravessa mesmo um momento especial. É dos pés dele que nasce a maioria das jogadas de perigo de um ataque que tem nomes consagrados como Gabigol e Bruno Henrique. Alguém poderia prever tal situação?
Já há quem defenda sua manutenção entre os titulares, mesmo quando Arrascaeta retornar ao time. E quem sairia? Éverton Ribeiro é o candidato mais votado para ceder o lugar. Ainda acho difícil que Renato Gaúcho tome tal decisão. Mas que Éverton tem jogando bem menos que Michael é fato. Indiscutível.
Na vitória sobre o Atlético Goianiense, o time rubro-negro voltou a demonstrar dificuldades incompatíveis com uma escalação quase completa (faltaram apenas dois jogadores: Filipe Luís e Arrascaeta). Muitos cruzamentos sobre a área e poucas jogadas ofensivas realmente efetivas - problemas recorrentes diante de adversários retrancados.
No entanto, dois lances perfeitos permitiram a vitória e podem dar até a falsa impressão de grande atuação a quem assistir apenas aos melhores momentos.
No primeiro, o lançamento de mais de 30 metros de David Luiz para Éverton Ribeiro e o passe preciso e precioso deste para que Isla chegasse à linha de fundo e fizesse o cruzamento rasteiro para a conclusão de Michael construíram uma jogada digna de aplausos de pé.
E, no segundo, a arrancada de Michael e a tabelinha com Gabigol, dentro da área, em meio a uma selva de pernas, foi outra pintura, finalizada com categoria e tranquilidade dignas de craque pelo ex-jogador do Goiás.
Além das jogadas dos gols houve ainda outra boa notícia para a torcida do Flamengo. Na primeira vez em que atuou os 90 minutos, David Luiz demonstrou o abismo que há entre um zagueiro de Premier League e beques tupiniquins como Gustavo Henrique e Léo Pereira.
Ao lado de Rodrigo Caio (que também jogou bem), formou uma dupla de zaga de "outro patamar", com potencial de se tornar a melhor do país. Seus lançamentos longos (nesse jogo ainda descalibrados) podem se tornar uma arma nova e importante para o time de Renato. O primeiro gol que o diga.
Com o triunfo, o Flamengo mantém-se matematicamente na disputa pelo título. Mas não deve se deixar levar por esse canto (já desafinado) de sereia. O que pode salvar sua temporada é a Libertadores. E o foco deve ser neste objetivo, poupando, inclusive, os jogadores que achar necessário nesta reta final da decisão do torneio mais importante do continente.
O resultado do jogo no estádio Centenário, em Montevidéu, definirá se o 2021 rubro-negro poderá ser ainda um sucesso ou se transformará num retumbante fracasso. Haja o que houver, entretanto, no ano que vem, com certeza, muitas coisas mudarão no Ninho do Urubu.
E é difícil imaginar que Renato Gaúcho permanecerá no cargo. Os portugueses Jorge Jesus, Carlos Carvalhal e o argentino Marcelo Gallardo são sonhos de consumo na Gávea. Nem a conquista da Libertadores parece capaz de garantir sobrevida a Portaluppi, que teve, enfim, o time de 200 milhões nas mãos, mas se mostrou incapaz de conduzi-lo.
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