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RMP: Duelos entre Cuca e Abel Ferreira são a antítese do bom futebol
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A final da Libertadores da temporada passada foi um jogo horroroso. A primeira das partidas das semifinais deste ano, idem. O que têm em comum? Os técnicos Abel Ferreira e Cuca. Que, ao menos quando se enfrentam, se mostram muito mais preocupados em não perder do que em ganhar e proporcionar ao público um bom espetáculo de futebol.
Atlético Mineiro e Palmeiras são indiscutivelmente duas das três melhores equipes em atividade não somente no Brasil, mas no nosso continente - a outra é o Flamengo. O que fizeram no duelo no Allianz Parque, entretanto, é indigno dos elencos que possuem.
Os paulistas entraram em campo escalados e armados para evitar a derrota, jogando fora a vantagem de atuar em casa. Os mineiros foram levemente superiores, mas tampouco levaram a campo aquela volúpia que caracteriza a ótima temporada que vêm fazendo. Uma lástima!
O tedioso duelo só deve ter agradado aqueles que se agarram a tolas e rasas teses do tipo "decisão não se joga, se ganha". Ou à nova onda de "analistas", que tem orgasmos com "duas linhas de quatro", "externos desequilibrantes", "ataques aos espaços vazios" e por aí vai.
Arautos de um bestialógico vocabulário oriundo dos cursos de treinadores que pululam por aí. Devem ter visto nesse Palmeiras 0 x 0 Atlético Mineiro um "xadrez tático" eletrizante. Pobres almas.
Se o futebol se resumir a duelos insossos e tediosos como o que Palmeiras e Atlético Mineiro fizeram nesse primeiro jogo, em pouco tempo perderá a magia e a condição de esporte mais popular do planeta. O que o torcedor quer ver nos estádios e nas telas da TV, dos celulares, dos laptops e dos Ipads? Gols! Lindas jogadas! Grandes defesas dos goleiros! Chances criadas nas duas áreas!
Nada disso aconteceu, uma vez mais, no confronto entre Abel Ferreira e Cuca. E confesso minha descrença de que o panorama vá ser diferente, na terça-feira que vem, no Mineirão. Muita gente (e, ingenuamente, me inclui nessa turma) esperava um grande jogo de futebol e se decepcionou por completo. Futebol não é isso. Acima de tudo, o futebol brasileiro não é (ou não deveria ser) assim. Jesus passou pelo Brasil pregando o futebol de verdade mas, pelo visto, pouca gente aprendeu.
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