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Renato Mauricio Prado

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Ceni lança escalação Frankenstein, não admite erros e já é chamado de burro

20/05/2021 02h29Atualizada em 20/05/2021 08h17

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Foi desastrosa a decisão do Flamengo de poupar praticamente todos os titulares no jogo contra a LDU, na Libertadores, pensando na final do Carioquinha, contra o Fluminense. O time ainda não estava classificado (garantiu a vaga com um empate sofrido, na bacia das almas) e agora vê em risco o primeiro lugar na sua chave, além de ter praticamente abandonado a luta para ter a melhor campanha na fase de grupos.

Mas não foi somente esse o equívoco rubro-negro numa noite que fez a torcida cuspir marimbondos em frente à TV. A escalação que Rogério Ceni mandou a campo era um autêntico Frankenstein, com três zagueiros, William Arão de volta à cabeça de área, Éverton Ribeiro, como armador, no meio e Vitinho, Gabigol e Pedro no ataque.

Para piorar, Arão foi expulso ao acertar, ainda que involuntariamente, um pontapé na cara de um adversário. Mas nem o fato de atuar com menos um, na maior parte do jogo, exime Ceni de responsabilidade na escalação estapafúrdia e na atuação desastrosa, sobremaneira na defesa, que voltou a sofrer um gol de cabeça e outro no qual Bruno Viana acabou driblado humilhantemente dentro da área.

A defesa rubro-negra é um queijo suíço. Indigna do time do meio-campo pra frente. Entra zagueiro, sai zagueiro, as falhas se sucedem e o treinador se mostra incapaz de corrigi-las. Treina, treina e treina e nada acontece. Ou seja, não sabe corrigir erros primários. Os beques são os maiores culpados ou o sistema defensivo é falho como um todo?

Numa noite para os torcedores do Flamengo esquecerem, o pior, porém, nem foi a formação bizarra, as falhas contínuas na zaga e o resultado decepcionante. Desanimador mesmo é ouvir o treinador, na entrevista coletiva, se auto exaltar várias vezes e não reconhecer nem sequer um de seus muitos equívocos.

Quem se mostra incapaz de enxergar os próprios erros, continuará a cometê-los. E é por isso que a maioria da imensa torcida rubro-negra não tem mais paciência com o treinador. Não fosse a pandemia, ele estaria sendo brindado, pelas arquibancadas, com o famoso coro de "burro, burro". Ofensa que, aliás, já foi pichada no muro do Ninho do Urubu, tão logo o jogo terminou.

Apesar dos títulos do Brasileiro, da Supercopa do Brasil e da Taça Guanabara, o torcedor sabe que os maiores méritos nessas conquistas são muito mais dos jogadores que do técnico. Que continua devendo. Muito.

Em tempo: Gabigol não gostou nem um pouco de ser substituído no intervalo. Comprar briga com o principal artilheiro do time é o primeiro passo para o técnico caminhar rapidamente para o cadafalso.