Topo

Renato Mauricio Prado

Palmeiras joga o melhor futebol, mas vantagem do São Paulo já é boa

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras - Marcello Zambrana/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

05/12/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Favorito de 10 entre 10 jornalistas para o título Brasileiro deste ano o Flamengo tinha sonhos ainda mais ousados na temporada. Com o timaço campeão em 2019 consideravelmente reforçado, almejava também nova conquista da Libertadores e, por que não, o título da Copa do Brasil. Deu com os burros n'água nos dois torneios de mata-mata e amarga cinco pontos de desvantagem para o líder São Paulo no campeonato nacional.

Faltando 15 rodadas e com a volta de seus titulares mais importantes, pode ser até que o rubro-negro carioca ainda chegue ao título. Mas não é mais o favorito. Longe disso. Nas últimas cinco rodadas, sofreu duas goleadas (São Paulo e Atlético Mineiro), empatou duas vezes (Internacional e Atlético Goianiense) e ganhou apenas do Coritiba, que vive no Z-4. Com a traumática eliminação na Libertadores, o viés da turma do Ninho do Urubu é de baixa, graças a uma defesa caótica e um ataque que não se cansa de perder gols. Rogério Ceni precisará trabalhar muito para reverter isso. E reforçar o elenco e o time com jovens como Hugo, Natan, Ramon etc.

Quais seriam, então, neste momento, os times mais fortes na luta pelo título? Por tudo o que se tem visto nas últimas semanas, São Paulo, Palmeiras e Grêmio estão em franca ascensão. O Atlético Mineiro teve um tropeço aqui, outro acolá, por causa da epidemia de Covid que vitimou até Sampaoli, mas não pode ser descartado.

Não creio mais no Internacional, que desandou com a saída de Eduardo Coudet, e tampouco no Santos, onde Cuca vem fazendo um trabalho elogiável, mas me parece sem "punch" suficiente para ganhar dos elencos mais fortes. Ainda mais num torneio de pontos corridos.

O futebol que mais me encanta, no momento, é o do Palmeiras. É impressionante como o elenco que Luxemburgo considerava "curto" passou a render muito mais após a saída dele (já com Andrey Cebola) e só faz melhorar sob o comando do português Abel Ferreira. O time que não podia jogar bonito, se quisesse ter resultados, como chegou a anunciar Vanderlei, agora vence, convence e encanta. Com uma garotada extremamente talentosa, tem ótimas peças de reposição. E precisará delas pelo acúmulo de jogos no Brasileiro, na Copa do Brasil e na Libertadores.

O São Paulo, de Fernando Diniz, é outro que vem jogando bem. Ganhou moral, a partir das três vitórias consecutivas sobre o Flamengo, e embora ainda tenha momentos de irregularidade (vide os empates com o Vasco e o Ceará, quando poderia ter assumido antes a liderança) também tem vencido e convencido. Com boa vantagem na ponta (cinco pontos para o Flamengo, sete para o Palmeiras e dois, com um jogo a menos, para o Atlético Mineiro), impossível não considerá-lo fortíssimo candidato no Brasileiro e também na Copa do Brasil - onde fará semifinais contra o Grêmio.

Grêmio que está vivíssimo na Copa do Brasil, na Libertadores e no próprio Brasileiro. Neste último vai depender muito do que Renato decidirá na hora em que o calendário encavalar e ele tiver jogos decisivos. Se o técnico mantiver a filosofia dos últimos anos, na hora H privilegiará os mata-matas. E aí pode perder pontos preciosos que lhe afastem da luta nos pontos corridos. A conferir.

O calendário mais folgado é o trunfo do Atlético Mineiro, desde o início do Brasileiro, e passou a ser também do Flamengo, após as duas eliminações. Semanas inteiras para treinar e tempo para recuperar os jogadores mais desgastados são importantíssimos numa reta final de Brasileiro.

O mais equilibrado dos últimos anos. Façam suas apostas.

P.S: Teoricamente, o Flamengo tem, nas próximas rodadas, uma sequência favorável de sete jogos (cinco deles no Maracanã) para recuperar e reencontrar o bom futebol. Ou embala nessa série ou adeus!